UM POUCO DE BOA
DISPOSIÇÃO
Nestes tempos tão conturbados e cinzentos que atravessamos uma leitura de
trechos como este que a seguir se reproduz, dão luz à alma e dignificam os intervenientes. Não é por
acaso que « o gaúcho Érico Veríssimo, o baiano Jorge Amado e o carioca José Mauro de Vasconcelos, constituem hoje, o trio exclusivo de escritores brasileiros que podem viver somente com os direitos autorais de seus livros». Segue, para mim, esta pérola:
José Mauro de Vasconcelos
Imagem da Internet
Do livro Rosinha Minha Canoa de José Mauro de Vasconcelos, a
folhas 19.
"Chico do Adeus fuzilou: Sabe de uma coisa Dotô? Eu corri mas foi
dela.Essa coisona sem jeito e cum vois de fêmea qui nunca encontrou macho
deu em cima de mim qui num foi vida. Munta veis eu vinha carretando o
gado e ela tava lá na pinguela da Matroca, sentada em cima dos morão, cum as
pernas balançano, cum saia alevantada, dano corrente de ar na aranha, pensano
qui eu quiria quarqué coisa. Mais cumigo não, muié tem que sê gente e não
essa melancia espetada em duas flechas.”
Assim, se o Chico do Adeus, tivesse visto outra " muié ",
julgo que deveria ter sido diferente a sua descrição e talvez tivesse
encontrado outra palavra diferente de "aranha" para
definir a cena. Eu conhecia já vários nomes, mas esta de lhe chamar
"aranha" não lembraria ao Demo.
abibliotecaviva.blogspot.pt.
Imagem tirada da Internet-
Imagem tirada da Internet-
11-01-2014.
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