O AMOR EXISTE SEMPRE
À PERGUNTA “ OS DESGOSTOS DE AMOR CONTINUAM A MATAR-NOS”?
Respondeu Almerindo Lessa: ( Ver curriculum nos posts
anteriores sobre o envelhecimento.
Imagem do Google
Dr Amerindo Lessa
“ Se continuam! Então num país, um país como o nosso,
sentimentalmente roxo.
Roxo ?
O roxo é a cor do ciúme. Somos um povo de ciúme, um povo de
desdobramento do amor.
Em que sentido?
No da divisão. A maior parte de nós tem um amor a que se
dedica sensualmente e outro a que se dedica espiritualmente.
E não coincidem?
Quase nunca. Apesar de divididos temos muito agudo o
sentido de posse, somos capazes de comer com beijos os objetos amados. Se não nos
sentimos retribuídos, podemos morrer de angústia. A pior coisa para nós é a
falta de felicidade . Somos extraordinariamente sensíveis a ela.
Mais do que os
outros?
Os mediterrânicos são.
E os idosos?
Os idosos choram. Choram muito, emocionam-se muito, sofrem muito
com a falta de carinho e com o isolamento. Os quintos andares de Lisboa estão
cheios de idosos esquecidos, Lisboa é um terceiro mundo ao domicílio. A sua solidão, o seu abandono, são, por
vezes, totais. Dizer que um idoso não ama, não necessita de afagos, de beijos, é
uma enormidade. O amor existe em todas as
idades.
Que imagem faz de si
próprio um idoso?
A de um ser despedido. Despedido pela sociedade e pela
família. Sente-se inaproveitado, desarticulado, rejeitado, desintegrado.
Sente-se despromovido e foi-o, economicamente,
politicamente e eroticamente.
abibliotecaviva.blogspot.pt
16-01-2014
Nota : Irei postando a sequencia da entrevista, logo que oportuno. Bem Hajam.
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