segunda-feira, 31 de março de 2014

CONVICÇÕES




FEITURA E USO DOS PERGAMINHOS

   Excerto da minha postagem, de 23-12-2012, com o título, a Biblioteca Viva, no meu Blogue, onde deduzi que, neste Mundo, ninguém inventa nada, o que é preciso é ter o Dom de Descobrir .Aconselho a Leitura e partilha integral do do texto.


    A  convicção, de que algo deve ser feito, em cada um dos momentos da nossa  vida, é o primeiro passo  para se atingir a razão e se possível, tornar esta o mais justa e  inequivocamente  assertiva , na hora  e no momento ,em  que somos chamados  a;  Decidir, opinar, colaborar, a aceitar, julgar  etc, consoante as situações  com que nos vamos confrontando no nosso dia-a-dia.

   Disse o primeiro passo,  porque a  razão não se atinge a partir daquela, e ninguém deverá pensar que pode exercer  cabalmente  o seu papel na sociedade  a viver só  no mundo das convicções; Para isso, é importante que cada um de nós, ao longo da sua vida vá enriquecendo a sua partitura, utilizando na feitura de cada pergaminho- programa-  as ideias e os Dons  que existem na Nau de Deus, para atingir a razão na sua plenitude.

  Cada pergaminho, tal como um programa feito para um ordenador,  deve  conter os Dons necessários e suficientes para responder às situações sempre que seja chamado, ou que por sua iniciativa, deseje intervir no conjunto em que estiver situado, donde para cada situação, como é óbvio, deve ser utilizado, da nossa base de dados.- Cérebro - um pergaminho diferente.

  Deus, ao ordenar o mundo segundo um  plano criou este perfeito e deixou a cada um de nós a possibilidade de o continuar a manter perfeito, só que nem sempre a descoberta dos Dons e a maneira como são utilizados em cada pergaminho é a mais adequada e daí, quando na  descoberta  de algum Dom, este não é compatível com outro, por exemplo: humildade com arrogância, verdade com a mentira, caridade com a usura, etc é evidente que no Mundo da Natureza tudo pode ser Mau  mas,  se na  descoberta, por exemplo, aparecerem  os Dons de: Amar com  o de Hospitalidade, decidir com o da prolépse, verdade com o da felicidade «em grego = bom  génio» , etc, então tudo  no Mundo da Natureza pode ser Bom e  deveria ser Bom , como foi a vontade de Deus quando o criou. 

   Dos poucos seres do grupo das incertezas que têm o Dom de Destruir,  nos seus pergaminhos,  deveriam, se querem seguir nesta sua peregrinação pela Nau de Deus e concomitante pelo mundo perfeito que Ele criou,   não utilizar o Dom de Adquirir, nem o de Construir armas para ofendê-Lo, bem como os restantes seres do grupo das certezas, que são a maioria, mas sim terem o Dom sublime da  Paciência para sofrer e não fazerem sofrer os restantes seres da Humanidade.

Depois da leitura integral do texto, espero que nele encontrem  motivos para reflexão futura. 

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31-03-2014 

domingo, 30 de março de 2014

PARÁBOLA DO BURRO

PARÁBOLA DO BURRO



    Na minha aldeia, quando eu era ainda jovem, o meu tio tinha um burro com o qual eu fazia o transporte de mato e de estrume para as hortas e, quando a carga era muita, mesmo que bem distribuída, começava aos coices contra os varais da carroça E NÃO ANDAVA.

    Era burro! Mas só de nascença! Diz a lenda que a vantagem da poda das videiras se deveu ao facto de um burro ter roído uma e que no, ano seguinte, aquela exibiu excelente produção.

   Por cá a carga é tal que ficam pendurados com os pés no ar, tenho receio do que eles farão quando conseguirem por os pés no chão.


   Espero que gostem e comentem:

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30-03.2014

CONSTITUIÇÃO DO REINO DE PORTUGAL

CONSTITUIÇÃO DO REINO DE PORTUGAL


«N.1109- M.1185»

     Quando, em 1143, se deu a conferência de Zamora, assistida pelo Cardeal Guido de Vico, o Condado Portucalense separou-se, para sempre, do Reino de Leão.


 Catedral de Zamora

   Desta conferência D. Afonso VII concede a D. Afonso Henriques o título de Rei. No entanto ele supunha que ia apenas criar mais um vassalo coroado. Neste tempo o Condado ficava entre o Tejo e o Guadiana, era assim que a Crónica Geral de Espanha definia Portugal nesses tempos antigos.

   Portugal era pois a continuação da Galiza que era então povoada pelos Bárbaros e pelos Goios.  Estes povos já romanizados colaboraram na formação de Portugal, pois expandiram-se para o Sul. Assim se tornou a formar a Lusitânia, destruída pelos sarracenos, onde fica hoje a Estremadura.

   Estes dois povos, pouco tempo depois, desapareciam, por isso, nada se sabe dos verdadeiros fundadores de Portugal. Como nada se sabe, julga-se que se formou devido à grande revolução política e social que se deu em toda a Europa acabando com o feudalismo e criando novos reinos. Conforme se vê, o feudalismo dá o seu lugar à monarquia vivendo sempre por cima, e ficando sempre com a ideia da formação de novos estados com os seus costumes, tradições, a sua língua e os seus magistrados próprios.

   Devido a esta revolução, os operários, os trabalhadores do campo e os dos centros urbanos largam os seus lugares enfraquecendo, assim, os senhores feudais. Aproveitando-se desta situação, D. Afonso Henriques diz-se senhor da região à sua volta. Os grandes impulsionadores desta grande revolta foram os Monges de Cister instalados na região de Alcobaça.

   Esta revolução dá-se na Península Ibérica e em toda a Europa: A Alemanha, divide-se em diversos estados, Luis VI passa a governar em toda a França o que ajudou muito D. Afonso Henriques a apoderar-se das terras.
II
    Após o tratado de Zamora, D. Afonso Henriques fica definitivamente rei de Portugal tendo, nesta altura, acabado as lutas entre os dois primos.

    D. Afonso Henriques volta com novas forças contra os mouros com o objetivo de alargar os seus territórios. Portugal ia até Coimbra e o seu grande sonho era alargá-lo até às margens do Tejo. Se, até à margem norte não havia problemas, ao passar para a margem sul, encontraria como muralhas de aço os grandes castelos de Santarém e Lisboa.

    Com isso, D. Afonso Henriques compreende que não os pode conquistar com o reduzido exército que dispõe e espera ser ajudado por qualquer força que lhe surja.

    Entretanto apareceu na Andaluzia Ibne Casi que começou a pregar contra os Almorávidas, visto que estes não se interessavam pelas novas reformas, entretanto, verificadas no islamismo.
Uma das coisas que Ibne Casi focava era a convivência que existia entre os reis cristãos e os reis árabes.

O grande erro dos Almorávidas consistiu nas boas relações que tinham com os reis peninsulares e, fazendo-se seus vassalos pagando-lhes um tributo, colocaram deste modo, sem mais nem menos, o mundo árabe na dependência dos cristãos.

    D. Afonso Henriques, com a sua grande habilidade, aproveita esta ocasião e começa a conquistar terras. Enquanto Ibne Casi incendeia toda a Andaluzia, D. Afonso Henriques reconstrói o Castelo de Leiria e concede a carta de foral a Santa Cruz de Coimbra.

    É, em 1144, que os mouros de Santarém e Lisboa lhe juram paz, fazendo-se seus vassalos, pagando-lhe, ainda, tributos. E, assim, D. Afonso Henriques consegue superioridade perante aqueles dois poderosos castelos de Santarém e Lisboa.

Castelo de Santarém

Lisboa- Castelo de S. Jorge

«Ver meu blogue o que fez o Rei depois, ao quebrar os acordos feitos nos textos sobre as conquistas de Santarém e Lisboa».

   Já, aos trinta e sete anos, aproveitando a paz, casa em 1146, com D. Mafalda, filha de Amadeu III, conde de Mariana e Sabóia, embora haja quem diga que se chamava Mahaut ou mesmo Matilde. Do aspeto físico desta, não ficou guardada qualquer imagem. Sabe-se que morreu em 04-11-1157.

   Assim, como nada se sabe da sua infância, nada se sabe deste período, a não ser que foram os Monges de Cister que negociaram esse casamento do qual nasceram sete filhos: D. Sancho, Dª. Mafalda, Dª. Urraca, Dª. Teresa*, D. Henrique, D. João e D, Sancho, havendo, ainda, mais quatro filhos bastardos: D. Fernando, D. Afonso, Dª. Teresa Afonso e Dª. Urraca Afonso.

  * Corria o ano de 1184, ano em viveu inteiro o Fundador de Portugal. Estava-se na Primavera e o velho Fundador concordava em que o suave romance que o Conde da Flandres Filipe I vinha escrevendo com Dª. Teresa se acabasse...

   Dª. Teresa era filha de D. Afonso Henriques e era tal a sua formosura que era considerada a mais bela princesa da cristandade e …

   Quando tudo é belo e doce, quando as aves cantam nas árvores e as flores abrem para a vida as suas corolas multi-cores, viu D. Afonso Henriques chegar ao Porto, a embaixada que lhe levou, para sempre, a última nota de amor e graça, - a sua tão querida filha.

   Nota: Pesquisa e transcrição da Síntese dos Resumos das Aulas de História feitos, pela Aluna do 5º Ano, Emília Martins Nunes, da Secção de Queluz, do Liceu Nacional de Passos Manuel 1971-1972 – feita por mim, em Fevereiro de 2009.

  Espero que gostem e comentem o interesse destas matérias que sempre me deliciaram e que, portanto, ficariam perdidas nas gavetas e nas sebentas para sempre.

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30-03-2014

sábado, 29 de março de 2014

CARTA COM AMOR E HUMOR NEGRO

CARTA COM AMOR E HUMOR NEGRO


   Recordando tempos, quando ainda no ativo, circulou uma cópia duma carta dum pai António para seu filho Chiquito que, se bem me lembro, dizia assim:

«Angora Bera Vista, Agosto 1974.

   Olha Chiquito ,tuas pai Antoino quer que tu esteijas bem , já que aqui quando DEUS  quera estar passano  menos male. 

   Aqui us branco  tem esperto nus cabeça  e estar fazeno coisas impossibres  na vira. Estão fazeno uma passeio dum raro e outra  passeio do outro raro da vira.

   Sabes Chiquito, tuas pai entende como é qui branco mete péssoas e tira péssoas dus víão, mas não entende como é qui branco consegue meter sardinhas nus lata sem ter junela.

  Olha Chiquito, aqui todos dias more pessoas qui nunca tinha murido e a tua Morenita quer qui tu vortes depressa  e diz que já pensou em se deitar na linha do combóio e só o ainda não fez cum  medo qui ele vortasse para trás.

   Tua prima Mariquita engolir chinco chicuto e médico que  fazer esperação nus barica, fazer desconto de duas quinhento.

   Descurpa Chiquito ,quiria to enviar zinguenta chicuto mas carta já fichar.

Vorta depressa,

Um beijo de tuas pai,

António. »

   Espero que gostem e  sorriam, porque nas cartas  nunca vem « chicuto».

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29-03-2014




REFORMADOS E PENSIONISTAS

REFORMADOS E PENSIONISTAS


   Os reformados e pensionistas estão metidos sem querer numa roleta russa e não sabem o que fazer tal é a incerteza em que vivem,  em relação às suas reformas, senão vejamos:


a) -  Foi criada a taxa extraordinária de solariedade que, pelos vistos, querem agora criar um novo neologismo da palavra e assim sendo : extrordinário = definitivo.

b)  -  Várias vozes se têm levantado contra esta medida e há dias tamém  o Constitucionalista Dr. Jorge Miranda, avançou , como opinião, que esta situação deveria ser alterada para « Taxa Extraordinária de Mobilidade» e, portanto, ao ir abranger um universo maior de contribuintes, com veículos automóveis, a medida seria mais justa.

c)  -  Agora vem a Drª Teodora Cardoso, com mais uma  ideia  que  só o Demo se lembraria dela, pelo que a seguir se explicita:

NOME BASTANTE FAMOSO,
NUM MOMENTO DADIVOSO!
TEVE SÓ ESTA PEQUENA LEMBRANÇA!
POIS ! PARA AUMENTAR A POUPANÇA,
COMO O REFORMADO JÁ TEM CONTA,
E O FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTA TEM,
QUEM NÃO TEM CONTA ABRE TAMBÉM,
MAS ! QUEM FOR MOVIMENTAR A CONTA,
TEM DE PRESTAR CONTAS A ALGUÉM.

ASSIM! A POUPANÇA FICARÁ PENALIZADA
APÓS CADA IMPORTÂNCIA LEVANTADA,
COM O NOVO IMPOSTO QUE IRIA PAGAR!
ALÉM DOS IMPOSTOS QUE JÁ PAGOU,
PENSO QUE NISTO NINGUÉM PENSOU!
 E NINGUÉM NOS QUER EXPLICAR.

ASSIM, VOU PASSAR DE MAL A PIOR
E, SE NÃO TENHO OPÇÃO MELHOR,
CADA VEZ QUE NO SALDO MEXER,
A MINHA CONTA VAI DIMINUINDO,
PORQUE O FISCO A VAI SEGUINDO,
PARA MAIS UM IMPOSTO RETER.

SEM SALDO! LÁ FICA CONGELADA!
OH ! VIDA! VIDA DURA! DESGRAÇADA,
NINGUÉM CONSEGUE FALAR DISTO?
PIOR! FICAMOS COM A INCERTEZA,
PELA INEXISTÊNCIA DE CLAREZA,
E DE NINGUÉM CONTRARIAR ISTO?

PARA ALGUNS ERA UM REGALO !
METEREM-ME NA ROLETA RUSSA!
ENGANEM-SE! EU CÁ NÃO ME CALO,
 NEM MESMO QUE O MOSQUITO TUSSA.

   Ao achar a proposta da b) muito mais sensata, já que alguns pensionistas e reformados, além de não já não poderem conduzir ou nem carros terem, iriam ver a sua situação financeira alterada se esta medida de substituição fosse aplicada.

Espero que meditem e comentem,

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27-03-2014







ORGANIZAÇÃO DA VIDA PORTUGUESA

ORGANIZAÇÃO DA VIDA NACIONAL

D. Afonso  Henriques
1109-1185

   D. Afonso Henriques ao chegar ao Tejo com as suas fronteiras, é confrontado com o problema da falta de população.

   Entre o Douro e o Minho, a questão não se colocava por que estas terras estavam há muito tempo livres dos mouros mas, do Douro para baixo, a situação era muito grave. Além da falta de população faltavam também técnicos. O Rei entrega esta questão à ordem de Cister, sendo o próprio a colocar a primeira pedra do Mosteiro de Alcobaça, em 1178.

Mosteiro de Alcobaça

   Com a edificação deste mosteiro tomaram os Cistercienses um papel importante na vida portuguesa.

   Os fundadores de Alcobaça foram monges Cistercienses vindos expressamente te de Claraval sob a direção de D. Ranulfo que se hospedou em Santa Cruz de Coimbra que, nessa altura, já era uma fundação de Cister.

  Os Cónegos Regrantes ficavam em Coimbra com funções intelectuais e os monges cistercienses ficaram com a atividade agrícola.

   O Rei entrega-lhes, junto ao Mosteiro de Alcobaça, um vasto território com a única condição de o arrotearem segundo os processos que usavam nas suas abadias.
Terras que não viam o arado desde o tempo dos romanos tornaram-se lindos trigais graças à obra destes monges.

    Dentro do território que lhes foi doado chegaram a existir treze vilas. Os monges não se limitavam a trabalhar as terras, visto que promoviam, também, a construção de vilas e aldeias.
Além de agricultores os monges de Cister foram também artistas na arte de trabalhar a pedra o, forjar o ferro, caiar paredes e dedicando-se ainda à construção de pontes.

   Ao lado dos monges de Cister surgem os Templários aos quais o Rei entregou o domínio e o destino das terras fronteiriças. Também recorreu o Rei aos Cruzados que ajudaram a tomar Lisboa, ver «Conquista de Lisboa» e «Conquista de Santarém» no meu Blogue para, entre eles, recrutarem colonizadores dispostos a tornar produtivas as terras conquistadas aos infiéis. 
   Nesta altura, a população portuguesa do Reino era constituída por cristãos descendentes de Pelágio, que após uma longa vida sob o domínio árabe constituíram a nobreza e moçárabes cristãos, árabes que degeneraram em contacto com os cristãos.

   Mouros, povos do norte de África, que viviam em mourarias, chefiados pelo Grão Rabino, nomeado pelo Rei, judeus que viviam em judiarias, viviam perfeitamente integrados, e colonos, indivíduos vindos da Europa, principalmente da França, cuja estadia em Portugal era estimada. 

No entanto a classe a classe que predominava era a dos moçárabes.

   Esta população dividia-se política e socialmente em duas grandes classes: a dos homens livres e a dos servos, a primeira estava dividida em clero nobreza e povo, o  clero compreendia, bispos, cónegos, párocos, sacerdotes seculares e regulares.

  O povo compreendia cavaleiros-vilões e peões. Os primeiros eram proprietários que não eram nobres, mas não pagavam impostos e só eram obrigados ao serviço militar a cavalo.

   Os peões entre os quais se encontravam os servos estavam sujeitos à aciduva, que consistia em trabalharem gratuitamente na construção de castelos e outros edifícios.

   Estavam divididos em jugadeiros, reguenguenses, s.joaneiros e cabaneiros.

   - Jugadeiros eram antigos servos da gleba emancipados que pagavam um tributo fixo pela terra que possuíam. 

   - Os reguenguenses estavam também adstritos à propriedade, mas podiam ser deles expulsos.

   -  Os s.jonaeiros arrendavam terras pagando um tributo pelo S.João.

   -  Os cabaneiros não possuíam terras.

  As terras pertenciam à coroa. Se o Rei conquistava a terra, dela dava parte aos que o acompanhavam. 

    Se o conquistador fosse um senhor deixava ao rei, geralmente, um quinto da presa. 

  Dividiam-se as terras em alodiais, enfeudadas, censísticas, enfitêuticas e de servidão ou de colonato.

   - Alodiais eram aquelas terras em que a propriedade era plena e absoluta

  - Enfeudadas eram as que o senhor concedia ao feudatário, em domínio útil, reservando para si o domínio directo com privilégio de jurisdição e de outros direitos majestáticos. 

    - Censisticas eram aquelas em que o censista só tinha o domínio útil enquanto vivo, podendo deixar a terra quando entendesse. 

   - Enfiteuse era a concessão do domínio útil mediante pensão anual.

   - Finalmente de servidão ou colonato eram as terras em que os servos nada tinham de si mas estavam adstritos à terra hereditariamente. ( Vida Dura ! Risos).

   Por toda a parte se encontravam coutos, honras e Beatrias.

 - Coutos eram as terras pertencentes aos mosteiros, concelhos, dioceses e igrejas.

 -  Honras eram as terras dos nobres que, como os outros, eram hereditários.

 - Beatrias eram terras que tinham o privilégio de eleger livremente um senhor e que o podiam substituir sem qualquer impedimento.
 
   Nalguns pontos do país, geralmente nas regiões mais inóspitas, o rei formou coutos de homiziados lugares onde a justiça permitia que criminosos se refugiassem mediante o trabalho das terras.

   Vimos a maneira como a terra estava dividida, vejamos a seguir como viviam as várias classes de indivíduos que constituíam a Nacionalidade Portuguesa.

 Noutro capítulo,  se o número de visualizações, tal como o atingido  anteriormente, sobre  a «Organização do Território.», será publicado.

  Espero que gostem e comentem o interesse destas matérias que sempre me deliciaram e que ,portanto, ficariam , para sempre dentro, das  gavetas e sebentas, perdidas. 

Nota: Transcrição da Síntese dos Resumos das Aulas de História feitos, pela Aluna do 5º Ano, Emília Martins Nunes da Secção de Queluz, do Liceu Nacional de Passos Manuel 1971-1972 – feita por  mim ,em Fevereiro de 2009 .

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29-03-2014




sexta-feira, 28 de março de 2014

PARÁBOLA - ANDAR PARA TRÁS

PARÁBOLA-ANDAR PARA TRÁS
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   Quando, ainda no ativo, me desloquei em serviço, nos anos setenta, à linda cidade de Faro, é-me contado e confirmado por vários colegas que entre Faro e Olhão existiu, em tempos de antanho, um douto advogado, conhecido por ironia, pelos argumentos que utilizava, como o Dr. Burro de Olhão, que dizia com alguma razão, digo eu, ver, com um pouco de reflexão, a minha postagem A Biblioteca Viva, que esteve na origem da criação do meu Blogue, que a ciência não devia estar na cabeça dos homens, mas sim nos livros pois, argumentava que, apenas, deveria saber, tal como um Blogger em relação às ferramentas que tem à sua disposição, quais os livros a consultar em função das questões, colocadas pelos seus clientes e sobre as quais teria de opinar ou de acompanhar sempre que tal necessidade se viesse a verificar.

   Isto vem a propósito do nosso herói, que de leis sabia, mas a evolução das tecnologias, fez aparecer no, após guerra, um novo veículo de transporte, o nosso conhecido automóvel e, ao decidir-se por comprar um que ia utilizando no seu dia-a-dia, daqueles cujo arranque ainda era feito à manivela, quais baterias de ácido sulfúrico ou de lítio (risos), deparou-se, mais tarde, com o problema de o ter de arrumar sempre de frente e, por entender que um carro não era um burro, mandou, na época, construir uma garagem com duas entradas para evitar a chatice de andar sempre a torcer o pescoço. (Risos).




    E, como um problema nunca vem só! O nosso herói depara-se, mais tarde, com a necessidade de ter de tirar a licença para o conduzir mas, sendo um homem de convicções, os examinadores, na altura ,vinham de Évora e, o nosso homem já tinha reprovado em doze exames, sempre pelo mesmo motivo, «para mim marcha atrás não», pelo que, á décima terceira vez, o próprio Diretor do Centro de Viação de Évora se desloca pessoalmente a Faro, para perceber as razões em que assentavam as suas convicções que, sempre omitiu, porque sempre viu, nos exames anteriores, que ninguém esteve interessado em saber.

   Para ele era «Quem está, está e quem vai, vai.» Não tenho nada que dar explicações a quem não mas pede mas, após a saída do examinador para Évora, lá continuava a fazer a sua «vidinha». (Risos).

   O nosso bom Diretor, diserto em Retórica, conhecia bem as partes do discurso, a saber: o exórdio, a exposição, a confirmação e a peroração pelo que, trazia a lição bem estudada, na medida em que no auditório tinha apenas aquela «prenda» (Risos) e, frontalmente, quebrando o protocolo, sem pedir desculpa ou desculpe incomodar, como erradamente se costuma fazer, visto que quando se pede desculpa é porque se tem a noção de que se está a incomodar, coloca-lhe a questão assim:

«Eu não venho cá para saber dos seus conhecimentos sobre condução, dos quais nenhum dos meus colaboradores dúvida, mas simplesmente saber duas coisas - a primeira; por que é que não quer fazer marcha atrás e a segunda; como é que resolve o problema de estacionamento, por exemplo, numa praça pública».


Olhão

   O nosso herói, diz para consigo, temos homem e, também, sem pedir desculpa disse:

«Venha daí comigo que eu vou-lhe responder às duas questões, mas desde já lhe vou acrescentando que a minha garagem tem duas entradas e utilizo uma para entrar e a outra para sair, posso-lhe mostrar, aliás, passamos lá ao lado,   quanto ao estacionamento, na praça pública, vai ver, também, como eu resolvo o problema.»

 Mal sabia o Diretor o que lhe ia acontecer, voltas e mais voltas à praça, o tempo a passar, depois, começando a olhar para o relógio,  diz: 

«Então! Como é que vai resolver o problema? Tenha calma diz o nosso Doutor, «Isto não é nenhum burro! Isto! não foi feito para andar para trás», e continua, «quando eu encontrar um lugar para estacionar e sair de frente, estaciono.» Até lá, como eu moro aqui em Olhão, é mais hora menos hora, mas se tiver paciência vai ver que o tempo me vai dar razão».

   Só que, perante esta «cena» o nosso Diretor com um sorriso amarelo igual ao da imagem do início do texto (risos), deu o exame como terminado, dizendo; oportunamente irá receber a sua licença de condução pelo correio. Depois, no regresso a Évora, já com a missão cumprida, disse para consigo :

«Desta gente de convicções é que eu gosto».

  Caros leitores, passados estes anos, também sou levado a dar razão ao nosso Doutor; primeiro porque acompanhou a evolução da carroça para o automóvel depois, a burocracia levanta-lhe o problema na obtenção da licença e finalmente, ficou satisfeito (risos) porque pensou que as suas convicções estavam certas.

   Por mim, admiro este «artista» que fez prevalecer as suas convicções, de que nunca na vida dele o carro   andaria para trás e, de ter tido a sorte de o homem que geria as incertezas o vir ouvir, o que não é normal, quando por experiência, ver minha postagem  « História de um carro de mão com motor» em virtude de como, lhe aconteceu nas anteriores vezes que reprovou, de só ter lidado com examinadores que só sabiam gerir certezas.

   Finalmente, ao ver tanta gente a reclamar por verem os seus sonhos desfeitos e a andarem para trás , por um lado e por outro ninguém lhe dar ouvidos, levaram-me a  ficar apreensivo! Mas, para não me alongar, deixo esta parábola,  para vossa reflexão.

   Espero que :se divirtam, gostem e comentem.

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28-03-2014


quarta-feira, 26 de março de 2014

PARÁBOLA DO MOSQUITO

SÁTIRA-PARÁBOLA DO MOSQUITO.


   Em tempos, quando pesquisava na Internet assuntos relacionado com artes marciais  encontrei lá a expressão  « Tai chi Chuan» que resumindo é uma arte marcial tipo « Laisser Faire Laisser Passer» ou « Less worry, more sleep » pois tudo nela deve ser feito com calma e sem confrontações.

   Até aqui pareceu-me tudo bem, só que ao ler um artigo de um cientista americano, que numa tarde bastante quente tinha o seu filho dentro do berço na varanda e ao ver aproximar uma tempestade no horizonte ficou a aguardar o desenrolar da trovoada e a consequência dos estragos da chuva grossa que com intensidade, do espaço, começaram a cair.

   Eis que o nosso bom homem fica estupefacto quando, de repente, uma nuvem de mosquitos lhe entra pela varanda dentro e começa a picar toda a pele visível do bebé, que entretanto, como é óbvio começou a chorar.

   Como cientista que era elaborou um estudo tendente a perceber a razão de, sendo as gotas de chuva mais pesadas do que cada mosquito, eles conseguiram sobreviver e, então, concluiu:

Os mosquitos em situação alguma enfrentam as dificuldades ou as adversidades, para isso colocam-se ao lado delas e deixam-se conduzir calmamente e, com o menor esforço, esperam que a tempestade passe. Logo que encontram um lugar seguro, pisgam-se (risos) como foi o caso aqui citado, havendo no entanto uma exceção, como, a seguir, veremos.


    Mas vejamos, então, melhor a sátira-parábola que se aplica a muito boa gente, no poema seguinte, no qual apresento aos meus leitores um fim trágico e um fim feliz, que agradeço a análise da vossa parte e,  que nos vossos comentários, façam a vossa opção, no sentido de eu poder fazer; a edição, respetiva correção e consequente postagem, de acordo com o maior número de respostas dado por cada um dos meus leitores.

    Então,  a  pérola reza assim:

«O MOSQUITO ATREVIDO»

O MOSQUITO É UM SER VIVENTE,
E TAMBÉM É INTELIGENTE!
QUANDO COMEÇA A CHOVER,
ENCOSTA-SE AO LADO DA CHUVA,
COMO A PARRA FAZ À UVA,
PARA NÃO SE INTROMETER.

VOA AO LADO DA TEMPESTADE,
NÃO ENFRENTA A ADVERSIDADE,
SABE O QUE QUER DO SEU FUTURO,
VAI VOANDO SEMPRE COM ATENÇÃO,
NUNCA ENTRANDO EM CONTRAMÃO,
ATÉ ENCONTRAR UM LUGAR SEGURO.

NÃO SE MOLHOU!  E SAIU ENXUTO.
E SEMPRE COM UM AR RESOLUTO,
OLHOU ! E COMEÇOU LOGO A PICAR.
DEPRESSA VIU QUE ESTAVA ERRADO,
E, COM TANTA GENTE AO SEU LADO,
FICOU SEM SABER POR ONDE COMEÇAR.

TERMINO FALANDO DE MIM,
NÃO QUERIA QUE TERMINASSE ASSIM,
 NEM QUE O MOSQUITO TIVESSE TAL SORTE,
MAS, UM BICHO TÃO TAMANINO,
AO ESCOLHER AQUELE DESTINO,
FOI ENTREGAR O SEU CORPO À MORTE!

1-FIM TRISTE
2- FIM IGUAL, MAS MENOS TRISTE

QUANDO VIU UMA PRAIA DE NUDISMO,
E SEM QUALQUER EXIBICIONISMO,
DIZ: FOGO À PEÇA !  VÁ DE PICAR!
MAS FICOU TÃO ATRAPALHADO,
QUANDO VIU TANTA «BRASA» AO LADO,
QUE LOGO ACABOU POR SE QUEIMAR.


Espero que gostem, meditem e não se esqueçam do meu pedido.
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26-03-2014