quinta-feira, 13 de outubro de 2011

EXCERTO DA MINHA AUTOBIOGRAFIA

EXCERTO DA MINHA AUTO BIOGRAFIA

Após ter completado a instrução primária e ter sido aprovado com distinção, única que se consta na escola da aldeia, sou enviado pelo meu tutor, para o Cercal do Alentejo para trabalhar como caixeiro:




Estávamos em 1950, tinha eu 13 anos de idade e o meu patrão, como correspondente bancário, único



 na vila, na minha actividade estava também incluída a feitura dos avisos de cobrança de letras e recibos; Estes tinham de ser dactilografados em folhas de papel de vinte e cinco linhas e, depois, separados com uma tesoura; A tarefa de aprender a escrever à máquina, confesso que me custou um pouco; Foi uma aprendizagem por impulsos, mas resultou; Eis que chega a tardinha e lá começa a correria; Distribuição de avisos e cobrança dos valores respectivos; Claro que quanto mais depressa corresse mais tempo tinha para a peladinha diária; Esta não podia faltar; Na função de cobrador, sem subsídio de falhas, cheguei a fazer folhas de cobrança de cinquenta mil escudos; Era muito dinheiro para a época; Nunca tive uma falha; Tinha o cuidado de trazer comigo umas pregadeiras fortes que colocava nos bolsos antes do inicio das correrias e das peladinhas; Uma vez, deu para o torto, visto que parti o vidro da mercearia do adro da igreja e não fugi… fui parar à prisão do posto da GNR; Estive dentro umas horas mas não me fizeram mal; Pelo sorriso do meu patrão à minha chegada inferi que o ter ido dentro tinha sido combinado.
   Dos campeonatos de matraquilhos que, por terem sido tão empolgantes, nunca mais deles me esqueci; Nem da função da substituição das baterias, não havia electricidade, que alimentavam o “PYE”- era a marca do rádio da casa; As baterias que eram carregadas no gerador que estava na moagem do Largo dos Caeiros, dispunham de um transporte próprio, um carro de mão que me deliciava quando o conduzia; Claro que algumas vezes, o ácido entornava-se; Às vezes fazia até jeito, visto que o cotim durava muito e era uma vergonha eu andar todo malhado a atender os clientes. Claro que depois do sermão lá vinha fatiota nova.
abibliotecaviva.blogspot.com

domingo, 1 de maio de 2011

HOMENAGEM A TODAS AS MÃES DO MUNDO

HOMENAGEM A TODAS AS MÃES DO MUNDO

Neste dia da Mãe dedico esta poesia a todas as Mães, incluindo a minha que não conheci, que

Piedade Azevedo com 23 anos de idade.

encontrei de Octave Aubert do seu livro Rose et Bleu .

TOUT DOUX, TOUT DOUX!
QUAND J! ÉTAIS PETIT, TOUT PETIT,

JE DORMAIS DANS UN PETIT LIT,
MA MÈRE CHANTAIT EN CADENCE:
«PETIT MIGNON, ENDORMEZ-VOUS!
ENDORMEZ-VOUS, LE BERCEAU DANSE

TOUT DOUX, TOUT DOUX!»
LORSQUE JE PLEURAIS DANS SES BRAS,
MAMAN, MARCHANT À PETITS PAS,
ME DORLOTAIT AVEC TENDRESSE:
«PETIT MIGNON, CONSOLEZ-VOUZ!

TOUT DOUX, TOUT DOUX!»
QUAND SES CHEVEUX SERONT TOUS BLANCS,

QUAND SES GENOUX SERONT TREMBLANTS,
PAUVRE MÈRE AUJOURD!HUI SI VIVE,
C!EST MOI QUI GAGNERAI DES SOUS
EN TRVAILLANT, POR QU!ELLE VIVE

TOUT DOUX, TOUT DOUX!

Tenho muita tristeza , minha Mãe de para Ti não ter dado os "SOUS" que Te tivessem  ajudado a viver  a tua vida docemente. Tu merecias e ,eu e os meus irmãos, precisávamos de Ti.

 Cumprimentos da Biblioteca Viva

1º de Maio de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

NEM SEMPRE SOMOS BEM COMPREENDIDOS !

NEM SEMPRE SOMOS BEM COMPREENDIDOS!



Imagem do Google
    Antigamente, na zona mais a norte da Beira Litoral, podíamos encontrar num pequeno perímetro um conjunto de aldeias com poucos habitantes pertencentes à mesma freguesia ,mas que se conheciam e conviviam nos bons e maus momentos, especialmente nas missas dominicais, nos acompanhamentos fúnebres, no mercado semanal que se realizava na sede do concelho, nas festas e romarias e ainda quando os homens que se juntavam nas tabernas da aldeia para ouvir o relato de futebol na telefonia, jogar às cartas e beber o seu copito de vinho.
    As mulheres viúvas, bem como as casadas, acompanhadas das filhas, paravam no largo da aldeia para aí, além de porem a conversa em dia, quase sempre em torno dos problemas da agricultura, aproveitavam, também, para combinar qual a casa, com a juventude que existia, onde se iria realizar o bailarico nesse domingo.



Imagem do Google
   Nos anos setenta regressou à minha aldeia um senhor, já reformado, que para espanto dos moradores era proprietário de bonito Ford Capri, de cor castanha, que utilizava no seu dia-a-dia; Tinha cerca de sessenta anos, vivia sozinho e, com frequência, parava o carro no largo da aldeia aos domingos para admiração de uns e alguma inveja de outros, como á frente veremos nesta narrativa, visto tratar-se do primeiro automóvel que na aldeia apareceu.
    Como natural da aldeia, conhecia os hábitos da população e fazia todos os possíveis para que a sua integração fosse plena.  Quando estava na  taberna, ponto de encontro dos homens da aldeia, pagava vinho a toda a gente e, como a sua reforma era paga em Dólares, ele dizia bem alto para o taberneiro “ Ó João Carrevalho, bota aí vinho, onde chega o Dólar bota fumo”. Escusado será dizer, que o pagamento era feito em escudos.
   Numa outra ocasião, ele foi acompanhar um funeral à sede da freguesia, mais ou menos a quatro quilómetros de distância, de um senhor que faleceu,  e que residia numa povoação a cerca de um quilómetro e, como habitualmente, fez-se transportar sozinho na sua viatura.
    O funeral foi na parte da manhã e era hábito no regresso os homens pararem em quase todas as tabernas, em número de três, existentes no caminho para o que chamavam de ir matar o bicho, normalmente com abafado, aguardente ou vinho, não havia problema, visto que sentiam necessidade de “rincer le siphon”, isto é molhar a goela.
   Quando os homens chegaram à última taberna lá estava o nosso bom homem com o Ford Capri estacionado à espera para pagar, mais uma vez, uma rodada aos presentes e, na sequência da conversa, lá vem a necessidade de ter de explicar a um mais curiosos os motivos que estiveram na base da necessidade que teve em comprar a máquina.


Imagem do Google
   Até aqui tudo deveria parecer estar correcto, só que o mesmo curioso com o copo de vinho na mão, pago pelo nosso bom homem, vira-se para este e diz-lhe alto e em bom som para que todos os presentes o ouvissem:
O meu macho também tem lá um carro e eu tive que vir a pé!
   Caros leitores, o que é que ele quereria chamar ou dizer? Fica a questão para reflexão!
Mais uma história verdadeira da Biblioteca Viva
abliotecaviva.blogspot.pt

sábado, 23 de abril de 2011

NUNCA É TARDE PARA APRENDER

NUNCA É TARDE PARA APRENDER
   Numa linda tarde de sol de Abril, após regressar da cidade, a erva, com quase meio metro de altura, lá ia invadindo os terrenos, junto da minha habitação na aldeia, pelo que me decidi, pondo de parte a dor de costas que ia agravar, encetar a árdua tarefa de a eliminar, por uns tempos, usando para o efeito uma moto roçadora que se encontrava parada desde o ano passado.
   Ao não ter aplicado, os métodos correctos na utilização do equipamento a tarefa complicou-se pelo que julguei que o mesmo se encontrava avariado e, ao dirigir-me no meu  cmcm carro de mão com motor, já nosso conhecido, para ultrapassar este problema junto do fornecedor do equipamento, que fica a cerca de nove quilómetros de distância, verifiquei que este estava em boas condições de funcionamento.
   No regresso o meu cmcm avariou a cerca de um quilómetro da garagem e dali só saiu num reboque para a oficina que a assistência em viagem mandou para o efeito, visto que o mecânico que, entretanto chamei, não conseguiu resolver a anomalia, após várias tentativas que fez para diagnosticar a avaria.
   A reparação, pensava eu, do cmcm, é dada como concluída no dia seguinte à tarde , tendo o dispêndio sido de cinquenta euros.
   Regresso a casa com a roçadora às costas e, nesse dia, a erva lá continuava a crescer. No dia seguinte, ainda a manhã vinha do outro lado do mundo, recomeço eu a tarefa interrompida e eis quando, cerca das onze horas, o disco de corte se separa do equipamento e as restantes peças de fixação se espalham pelo meio da erva já cortada e ainda por cortar.
   Tento regularizar a situação, mas verifico que algo não estava certo pelo que mais uma vez me tive que dirigir ao fornecedor, e ao colocar de novo o equipamento na caixa do cmcm, que eu julgava reparado, este passados três quilómetros voltou a avariar e lá ficou até à tarde na berma da estrada até que o mesmo mecânico voltasse para regularizar a situação e traze-lo de volta para a garagem da minha residência.
   De novo com a roçadora às costas aí venho eu a pé para casa para ir buscar outro meio de transporte e, para atalhar caminho, passo junto á fonte centenária da povoação para mitigar a sede com a água da mesma eis, como um mal nunca vem só, que me deparo com uma placa onde se pode ler - Água não analisada. A Junta de Freguesia não se responsabiliza pela sua qualidade. A placa lá ficou e água também e, para tristeza minha, lá segui o meu caminho.
 Uma vez chegado à minha garagem verifico que o equipamento não cabe na mala do novo transporte, pelo que levo apenas as peças que consegui juntar do chão. O fornecedor empresta-me então uma peça de substituição no valor de dez euros que deveria devolver, sem garantia da mesma ser igual à original que teria de procurar no terreno no meio da erva.
   A peça realmente não era a aconselhada e muito embora eu tenha procurado a peça perdida não a consegui encontrar e daí a necessidade de ter de voltar ao fornecedor onde este é confrontado com toda a situação e decide enviar o próprio técnico, em viatura da empresa, acompanhar-me ao local para se inteirar do problema junto do equipamento e tirar as medidas para se adaptar a nova peça ao equipamento.
   Em boa hora esta decisão foi tomada por que foi próprio técnico que veio no local a encontrar a peça que se tinha perdido bem lá no fundo da relva não muito longe do local onde eu tinha apanhado as outra peças soltas que estiveram na base de toda esta história caricata e nada aconselhável a seres com mais de sete décadas de existência.
    A partir daquele momento, já estamos numa sexta-feira, e com as dores nas costas iniciais mais intensas lá continuei com a tarefa de cortar a erva, mas ao ter já cerca de quarenta euros despendidos em combustível e, ao nunca mais ver a luz ao fundo do túnel, decidi procurar alguém para me vir fazer o resto do trabalho que, com tanto gosto, tinha encetado naquela linda tarde de segunda-feira.
   A minha intenção, à semelhança dos anos anteriores era, no fim da erva cortada proceder à sua recolha para montes que me permitissem libertar o terreno de modo a que pudesse com um moto cultivador aricar a terra, visto que não tinha intenção de na mesma proceder a qualquer cultura pelo que aquela não precisava de ser lavrada muito funda. A erva depois de seca seria mais tarde queimada.
    Após vários contactos, consegui encontrar noutra povoação um operador que com um tractor de médio porte no sábado de manhã dá início à tarefa e passadas duas horas depois dá o trabalho por concluído, com a dupla vantagem de toda a terra ter ficado lavrada mais funda e ainda de a erva, já cortada e a ainda por cortar ter ficado misturada com a mesma, servindo por isso de estrume
    Nesta tarefa despendi mais cinquenta euros para atingir o objectivo de ter o terreno limpo de ervas na periferia da minha habitação.
MORAL DESTA HISTORIA
   Durante mais de duas décadas, enquanto a motivação e as costas o permitiam, lá fui fazendo o trabalho possível, com os gastos em tempo, equipamentos e combustível, maiores do que aqueles que finalmente paguei, até que as circunstâncias descritas me fizeram ver a realidade de ter andando quase quatro dias a trabalhar sem qualquer proveito, como se diz na gíria a trabalhar para o boneco.
   Para o futuro, aprendi a lição, visto como se viu na narrativa nunca será tarde para se aprender. Nestas circunstâncias juro que nunca mais volto a cortar a erva. Chiça!

   Dá que pensar, mas às vezes há males, este foi um deles, que vêm por bem.

Mais uma história  infelizmente verdadeira da Biblioteca Viva.

Cumprimentos e Boa Páscoa

sexta-feira, 22 de abril de 2011

EXCERTO DA MINHA AUTOBIOGRAFIA

EXCERTO DA MINHA AUTOBIOGRAFIA NÃO PUBLICADA


O autor com 13 anos -1952

  O Estado Novo  veio criar criar o ensino escolar obrigatório tendo por isso eu sido beneficiado; Os meus primos, filhos do meu tutor, não chegaram a completar o Ensino Primário ; Os meus irmãos  não frequentaram a escola primária  pelo que a necessidade os obrigou a aprender a ler e escrever,    na adolescência, por conta própria.
   Eu fui para a escola que ficava a cerca de um quilómetro de distância com a dupla sentença: O primeiro ano que chumbares sais da escola e na hora de almoço tens de abrir o gado para o mato porque ele também precisa de comer .   Lembro que a escola  ficava junto à encosta onde eu tinha de ir , na hora do recreio, apascentar o gado.
  Eu era um estudante polivalente; Enquanto comia o pão com    metade de uma sardinha tinha que ir abrir o gado enquanto os meus colegas se deliciavam com as suas brincadeiras nas horas do recreio; Escusado será dizer que  eu tentava compensar a minha ausência chorando ; Mas nem tudo era mau, pois conseguia um suplemento alimentar, sabem como? 
     Para isso amarrava uma cabra ou uma ovelha a um pinheiro e fazia a ordenha para um caqueiro da resina – nome dado  ao recipiente  para onde escorria a seiva dos pinheiros - e,  ao misturar o resto do pão, lá conseguia  uma refeição mais substancial; Outras vezes, ía ao pote das azeitonas – conduto da época-  e enchia os bolsos;  O pior era a água que escorria pelas pernas abaixo e era complicado  disfarçar a situação quando chegava à escola; Valia-me o facto de os meus colegas já estarem sentados e eu ter, como estudante polivalente, a desculpa  para poder ,quase sempre , ser sempre o último a chegar.
História verdadeira da Biblioteca Viva
 Boa Páscoa .

sábado, 2 de abril de 2011

DESCENDÊNCIA DOS MONARCAS DE PORTUGAL

DESCENDÊNCIA DOS MONARCAS DE PORTUGAL 


D. Afonso Henriques 
(25.07-1109-0612-1185)


INTRODUÇÂO 

   Quando em tempos idos,  eu procurava no Google elementos para um trabalho que desenvolvi em relação â vida e obra de D. Afonso  Henriques, ainda não publicado,   verifiquei que, na sua descendência, de um só casamento,  existiam sete filhos legítimos e quatro bastardos, pelo que me propus fazer um estudo em relação a esta matéria. Para ver ao longo  da nossa história, qual o comportamento dos restantes monarcas de Portugal.  
   Claro que era necessária mais população à medida que o território ia aumentando com as sucessivas conquistas que  se iam efectuando  nas  lutas travadas contra os mouros que só foram expulsos de Portugal por D. Afonso III, em 1249 e da Península, em 02 - 01 - 1492,   após a conquista de Granada pelos Reis Católicos de Espanha.

    
Os elementos constantes nos esquemas seguintes, irão ser o suporte  das conclusões que, no fim desta narrativa apresentarei.

 1ª. DINASTIA – BORGONHA

NOME - COGNOME - MATRIMÓNIOS
REINADO
FILHOS
T

D. AFONSO I
CONQUISTADOR
1

1139
1185
46

07
04
11

D. SANCHO I
POVOADOR
1

1185
1211
26

02
07
09

D. AFONSO II
 O GORDO
1

1211
1223
12

05
02
07

D SANCHO II
CAPELO
0

1223
1248
25

00
00
00

D. AFONSO III
BOLONHÊS
2

1248
1279
31

10
10
20

D . DINIS
LAVRADOR
1

1279
1325
46

02
07
09

D. AFONSO IV
O BRAVO
1

1325
1357
32

07
01
08

D. PEDRO I
JUSTICEIRO
3

1357
1367
10

07
01
08

D. FERNANDO
O FORMOSO
1

1367
1383
16

03
01
04
2ª. DINASTIA - AVIS

NOME - COGNOME - MATRIMÓNIOS
REINADO
FILHOS
T

D. JOÃÕ I
B.MEMÓRIA
1

1385
1433
48

09
02
11

D. DUARTE
ELOQUENTE
1

1433
1438
05

09
01
10

D. AFONSO V
AFRICANO
2

1438
1481
43

03
00
03

D . JOÃO II
PR.PERFEITO
1

1481
1495
14

01
03
04

D. MANUEL I
VENTUROSO
3

1495
1521
26

13
00
13

D. JOÃO III
PIEDOSO
1

1521
1557
36

09
01
10

D. SEBASTIÃO
DESEJADO
0

1557
1578
21

00
00
00

D. HENRIQUE
O CASTO
0

1578
1580
02

00
00
00

D. ANTÓNIO I 
LUTADOR
0

1580
1581
01

10
01
11
3ª. DINASTIA - FILIPINA

NOME  -  COGNOME - MATRIMÓNIOS
REINADO
FILHOS
T

D. FILIPE I
PRUDENTE
4

1580
1598
18

12
02
14

D. FILIPE II
PIEDOSO
1

1598
1621
23

08
00
08

D. FILIPE !!!
REI PLANETA
2

1621
1640
19

05
11
16
4ª. DINASTIA - CASA DE BRAGANÇA

NOME -  COGNOME - MATRIMÓNIOS
REINADO
FILHOS
T

D. JOÃO IV
RESTAURADOR
1

1640
1656
16

07
01
08

D.AFONSO VI
O VITORIOSO
1

1656
1675
19

00
00
00

D. PEDRO II
O PACÍFICO
2

1675
1706
31

08
03
11

D. JOÃO V
 MAGNÂNIMO
1

1706
1750
44

06
05
11

D. JOSÉ I
REFORMISTA
1

1750
1777
27

04
00
04

D. MARIA I
PIEDOSA
1

1777
1816
39

07
00
07

D. D.JOÂO VI
CLEMENTE
1

1816
1826
10

09
00
09

D. PEDRO IV
REI SOLDADO
2

1826
1828
02

08
10
18

D. MIGUEL
ABSOLUTISTA
1

1828
1834
06

07
01
08
4ª. CASA DE BRAGANÇA -  SAXE – COBURGO E GOTA

NOME - COGNOME - MATRIMÓNIOS
REINADO
FILHOS
T

D. MARIA II
EDUCADORA
2

1834
1853
27

11
00
11

D . PEDRO V
ESPERANÇOSO
0

1853
1861
08

00
00
00

D . LUIS I
O POPULAR
1

1861
1889
28

02
00
02

D. CARLOS I
DIPLOMATA
1

1889
1908
19

03
00
03

D. MANUEL II
O PATRIOTA
1

1908
1910
02

00
00
00


CONCLUSÕES 
    1ª Dinastia, além das durações dos reinados de D. Afonso I e de D. Dinis, quarenta e seis anos cada, aparece o facto de D.Sancho II que, ao não ter deixado descendentes, permitiu ao irmão, D.Afonso III, a subida ao trono durante trinta e um anos; Este deixou no reino, a maior taxa de natalidade conhecida na nossa história, dez filhos legítimos e dez filhos bastardos.
    Os filhos bastardos também vieram, em alguns casos, criar problemas quanto à sucessão ao trono, veja-se o que aconteceu a Dinis, em relação ao filho legítimo, D. Afonso, que teve da sua esposa, Rainha Santa Isabel, e o seu outro filho bastardo, mas legitimado, D. Afonso Sanches; D. Dinis, ao ter apenas dois filhos legítimos, diz-se que era a própria rainha a motivá-lo para, ide vê-las, ide vê- las, meu bom amo e senhor, que o bom do rei ao aceitar o recado não se coibia de visitar o mosteiro, sito numa povoação hoje cidade, que por tal motivo, ide velas, ide vê-las, dizem, que se passou a chamar Odivelas.
   A população era no reinado de D. Afonso I, de quinhentos mil habitantes e, depressa atingiu os novecentos mil no reinado de D. Dinis, cento e quarenta anos depois, 1139-1279. O filho de D. Afonso I, Sancho I, também contribuiu para aumentar a natalidade, sete filhos bastardos, pelo que também seguiu o exemplo do seu pai.
  A 2ªDinastia, ficou para a história como o reinado mais longo de D. João I, Mestre de Avis que durou quarenta e oito anos e de a população ter atingido, no seu reinado, um milhão de habitantes; Em relação aos filhos bastardos, nada de especial há a assinalar, visto tratar-se de uma prática seguida por quase todos os monarcas do reino.
    D. João II teve apenas um filho, D.Afonso, que morreu numa queda de cavalo em Santarém, o qual esteve casado oito meses com a herdeira do trono de Espanha, filha dos Reis católicos, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela que unificaram os seus dois reinos; Este casamento não era bem visto pelo facto destes monarcas não gostarem de ver o novo reino de Espanha, no futuro, a ser governado por um príncipe português, pois receavam a perda da sua independência, pelo que alguns historiadores, por este motivo, duvidaram da verdadeira causa da queda e morte do Infante D. Afonso: Como depois da morte do príncipe a viúva se casa com D. Manuel I, esta teoria, em princípio, perdeu alguma da fundamentação. No fim do século XV a população portuguesa atingiu um milhão e quinhentos mil habitantes.
   O mesmo não se passa em relação aos filhos legítimos, no caso de Manuel I, Duque de Beja, cunhado e primo de D.João II, que, do primeiro matrimónio, com a viúva do Infante D. Afonso teve, apenas, um filho, Miguel da Paz que morreu em 1500 com dois anos de idade e, depois, quando se casou com a cunhada, D. Maria de Aragão, teve dez filhos desta; A partir de D. João III, começa o problema da descendência, em especial a partir do Rei D.Sebastião mas, para mim, apareceu-me um caso novo que me surpreendeu, duas vezes pela positiva, pois alguns historiadores consideram o D. António Prior do Crato, como tendo sido efectivamente, também rei de Portugal, pois foi aclamado rei, em Santarém e, depois, nos Açores, em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira.
  O outro caso deve-se ao facto de durante décadas eu ter pensado que o D.António, Prior do Crato, sendo neto de D. Manuel I, era eclesiástico e, como tal, não deveria ter filhos legítimos para poderem ser futuros sucessores ao trono, mas enganei-me, porque o seu pai, o Infante D.Luis, é que era o Mestre da Ordem do Crato e daí o meu desconhecimento deste facto histórico.
   Quanto à sua descendência, D, António, alcunhado de Prior do Crato, teve, sem ter contraído nenhum matrimónio, dez filhos de Ana Barbosa e reza a história de quando andou pela Holanda, Bélgica e Suíça, também ter deixado, por lá, vários filhos ilegítimos, pelo que poderemos pensar que foi este o monarca que mais filhos ilegítimos deixou na população portuguesa e na nossa História.
   3ª Dinastia merece realce, por ter vindo a opinar sobre filhos bastardos, que Filipe IV de Espanha e Filipe III de Portugal, conhecido como O Gordo e O Rei Planeta, também tenha gerado onze filhos bastardos.
  Na 4ª Dinastia, com a morte do príncipe herdeiro, D. Teodósio, com apenas 19 anos, 1634 – 1653, o reinado de D. João IV vê-se à partida com problemas na sucessão entre os seus dois outros filhos Pedro e Afonso, acabando este, por ser o mais velho, por vir a ser nomeado rei com o título de D.Afonso VI.
   D, Afonso VI, casa com Dª Maria Francisca Isabel de Sabóia, mas deste casamento não houve descendência, já que o rei levava uma vida que em nada dignificava o reino perante os outros reinos da Europa, havendo, até, alguns historiadores que o davam como atrasado mental; O que valeu ao reino foi este ter, na sua condução, um ministro como o Conde de Castelo Melhor e daí as vitórias obtidas nas batalhas que se travaram para obtenção da consolidação da independência de Portugal, Mesmo assim, ficou conhecido na história com o cognome de O Vitorioso.
   O seu irmão D. Pedro II cedo passou a reger o reino, pelo que, após a anulação do casamento do irmão, vem a casar com a cunhada, Dª Maria Francisca Isabel de Sabóia, de quem teve apenas uma filha; A rainha, que o foi duas vezes, vem a morrer, apenas, com trinta e oito anos de idade, após o parto.
   D, João V, O Magnânimo, O Rei Sol e também conhecido por O Freirático, dada a sua apetência sexual por freiras, tal como o rei D. Dinis, nas quais gerou diversos filhos, tendo ficado célebre a Madre Paula do mosteiro de S.Dinis em Odivelas, com a qual gerou vários filhos, mãe de José de Bragança, um dos meninos de Palhavã, nome do local onde hoje está situada a embaixada de Espanha, onde moravam todos os filhos bastardos do rei do sexo masculino, quase quis imitar D, Afonso I ao gerar, também, com apenas um matrimónio, seis filhos legítimos e cinco bastardos.
  Dos três reis que lhe sucederam, inclusive seu filho D. José I, nenhum, que conste, teve este comportamento sexual.
   No reinado de D. José I a população do reino era, segundo Kenneth Maxwell, no seu livro sobre o Marquês de Pombal, era de três milhões de habitantes e que, destes, dez por cento estavam ligados ao Clero; Explica-nos, também, o que infelizmente aconteceu depois, em virtude das dificuldades que esta classe criava à governação da corte., pelo que as reformas que foram tomadas, então, perpetuaram, na história, o Rei D, José I, como O Reformista.
   Agora, D. Pedro IV, O Rei Soldado, é que não esteve com meias medidas ao imitar D. Afonso III, com dois matrimónios e, também, com dez filhos bastardos, pelo que, neste aspecto, teve um comportamento diferente de todos os outros monarcas da sua dinastia.
   Finalmente, aparece D. Maria II, A Educadora, que ao casar duas vezes gerou onze filhos, a contrastar com D. Pedro V, O esperançoso e D. Manuel II, O Patriota, que não deixaram descendentes para a História.
   Assim, a nossa história ao ter trinta e cinco monarcas, por dinastias, distribuiu-os, conforme está, no resumo inserto, no esquema seguinte;

BORGONHA
AVIS
FILIPINA
BRAGANÇA
B.S.C.E GOTA

09

09

03

09

05

    Os números constantes nesta narrativa permitirão obter outros elementos de estudo, pelo que eu deixo aqui para reflexão, o seguinte:


   Qual o motivo ou motivos porque quando saí da escola nos anos cinquenta éramos dez milhões de habitantes e, actualmente, passadas seis décadas, esse número ainda não aumentou?

Cumprimentos da Biblioteca Viva


Março de 2011.


PS: Os elementos, descritos anteriormente, referentes à população portuguesa, compilei-os de apontamentos tirados pela minha filha, dados no Liceu nos anos setenta.
   Quanto aos restantes elementos, incluindo as imagens constantes nesta narrativa, foram pesquisados no Google e na Wikipédia Livre.