Imagem digitalizada da revista do Público Magazine, a seguir citada.
Quem o disse foi Almerindo
Lessa entretanto falecido, na altura, com 83 anos e oito
condecorações, diversos doutoramentos e cátedras, prémios e livros, ele tornou-se há
muito, como professor, investigador, escritor, consultor, médico, académico,
cientista, conferencista, numa figura de referência a nível internacional,
quando, numa entrevista dada a Sérgio Voronoff ao Público Magazine nº 181 de 22-08-1993,
lhe é perguntado “ É FEIO CHAMAR VELHO A UM VELHO”, da sua cátedra , respondeu:
Imagem tirada da Internet
“ É devido à carga
depreciativa que a palavra tem. Seria melhor chamar-lhe idoso. Os brasileiros
resolveram bem o problema dando ao termo velho uma envolvência afetiva, cúmplice:
“ Como vai meu velho? “. Os árabes não têm sequer a palavra velho, têm a
palavra antigo. Nós depreciamos os idosos porque estamos num continente deles,
Portugal faz parte do chamado clube dos velhos, países com 14% da população
acima dos 65 anos. A idade cronológica de uma pessoa não tem nada a ver com a
idade biológica, ninguém tem os mesmos anos do bilhete de identidade. Não
possuímos a mesma idade em todo o corpo.
E. como médico que era, disse, “ Não há nenhuma doença chamada envelhecimento, como
não há nenhuma doença chamada adolescência. A VELHICE É UMA INVENÇÃO DO HOMEM”
Dessa entrevista, com texto de Fernando da Costa,
do monstro
das questões, saiu o pergaminho que a seguir se transcreve:
“ Os idosos estão a tornar-se, na Europa e também
em Portugal, populações crescentemente poderosas. Que ganham cada vez mais
espaço, densidade, organização, força (social pelo seu número), cultural (pelos
seus conhecimentos), económica (pelos seus consumos), política (pelos seus
votos) interventiva (pela sua disponibilidade), ética (pelo seu
descomprometimento. Sem nada, praticamente a perder, nem carreiras, nem cargos,
nem hierarquias, nem privilégios, nem paixões, encontram-se numa fase da vida
em que podem dizer tudo o que pensam, assumir tudo o que sentem. Das três
grandes explosões ocorridas na humanidade - a marxista, a atómica e a demográfica-,
é a demográfica, da terceira idade, que vai, lembra-nos Almerindo Lessa (um dos
maiores nomes a nível internacional em gerontologia, a ciência que estuda o
envelhecimento), revolucionar, despertar o mundo. Na China, e ela é ainda um
país “grisalho”, são já 100 milhões”.
Agora pergunta aqui “ Quem manda nesta
minha raiva incontida, Vejo um Povo que foi grande ter
um triste fim de vida” , ( parte da letra dum Fado do saudoso Carlos Zel, aqui fica a minha singela homenagem, quando, em 1975, o cantou na Quinta de Amadeu dos Anjos
e que o levou à prisão) :
Quando vai parar o nosso
endividamento? (Vejo os nossos governantes satisfeitos com o sucesso das emissões de dívida, quando
todos ( antigos e atuais) deveriam ter
criado condições para que tal não tivesse
acontecido) .
Será que os nossos antigos governantes e os atuais conhecem esta situação real e que a curto ou médio prazo também vão engrossar este grupo ?
Finalmente, vou-me referir aqui a Alexander Sacks que foi ministro do governo dos ksares, quando em 1922, lecionava Direito, em Paris, criou a figura de dívidas odiosas, isto é aquelas que são criadas sem serem ouvidas as pessoas que as terão de pagar. Tal figura jurídica permitiu a Cuba não pagar as dívidas que tinha com Espanha.
Por cá, e muito bem, o nosso 1º ministro disse na campanha eleitoral que os políticos deveriam ser penalizados civil e criminalmente e que se o Estado se apoderar daquilo que é das pessoas está a apoderar-se daquilo que não é seu. Pena é que sejam os mais vulneráveis a pagar sempre a fatura.
Fica este texto, parte saído da
BIBLIOTECA VIVA para meditação!
abibliotecaviva.blogspot.pt
12-01-2014.
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