CONSTITUIÇÃO DO REINO DE PORTUGAL
«N.1109- M.1185»
Quando, em 1143, se deu a conferência de Zamora, assistida pelo Cardeal Guido de Vico, o Condado
Portucalense separou-se, para sempre, do Reino de Leão.
Catedral de Zamora
Desta conferência D. Afonso VII concede a
D. Afonso Henriques o título de Rei. No entanto ele supunha que ia apenas criar
mais um vassalo coroado. Neste tempo o Condado ficava entre o Tejo e o
Guadiana, era assim que a Crónica Geral de Espanha definia Portugal nesses
tempos antigos.
Portugal era pois a continuação da Galiza que era então povoada
pelos Bárbaros e pelos Goios. Estes povos já romanizados colaboraram na
formação de Portugal, pois expandiram-se para o Sul. Assim se tornou a formar a
Lusitânia, destruída pelos sarracenos, onde fica hoje a Estremadura.
Estes dois povos, pouco tempo depois,
desapareciam, por isso, nada se sabe dos verdadeiros fundadores de Portugal.
Como nada se sabe, julga-se que se formou devido à grande revolução política e
social que se deu em toda a Europa acabando com o feudalismo e criando novos
reinos. Conforme se vê, o feudalismo dá o seu lugar à monarquia vivendo sempre
por cima, e ficando sempre com a ideia da formação de novos estados com os seus
costumes, tradições, a sua língua e os seus magistrados próprios.
Devido a esta revolução, os operários, os
trabalhadores do campo e os dos centros urbanos largam os seus lugares
enfraquecendo, assim, os senhores feudais. Aproveitando-se desta situação, D.
Afonso Henriques diz-se senhor da região à sua volta. Os grandes
impulsionadores desta grande revolta foram os Monges de Cister instalados na
região de Alcobaça.
Esta revolução dá-se na Península Ibérica e
em toda a Europa: A Alemanha, divide-se em diversos estados, Luis VI passa a
governar em toda a França o que ajudou muito D. Afonso Henriques a apoderar-se
das terras.
II
Após o tratado de Zamora, D. Afonso Henriques fica
definitivamente rei de Portugal tendo, nesta altura, acabado as lutas entre os
dois primos.
D. Afonso Henriques volta com novas forças
contra os mouros com o objetivo de alargar os seus territórios. Portugal ia até
Coimbra e o seu grande sonho era alargá-lo até às margens do Tejo. Se, até à
margem norte não havia problemas, ao passar para a margem sul, encontraria como
muralhas de aço os grandes castelos de Santarém e Lisboa.
Com isso, D. Afonso Henriques compreende que
não os pode conquistar com o reduzido exército que dispõe e espera ser ajudado
por qualquer força que lhe surja.
Entretanto apareceu na Andaluzia Ibne Casi que
começou a pregar contra os Almorávidas, visto que estes não se interessavam pelas
novas reformas, entretanto, verificadas no islamismo.
Uma
das coisas que Ibne Casi focava era a convivência que existia entre os reis
cristãos e os reis árabes.
O
grande erro dos Almorávidas consistiu nas boas relações que tinham com os reis
peninsulares e, fazendo-se seus vassalos pagando-lhes um tributo, colocaram
deste modo, sem mais nem menos, o mundo árabe na dependência dos cristãos.
D. Afonso Henriques, com a sua grande
habilidade, aproveita esta ocasião e começa a conquistar terras. Enquanto Ibne Casi
incendeia toda a Andaluzia, D. Afonso Henriques reconstrói o Castelo de Leiria e
concede a carta de foral a Santa Cruz de Coimbra.
É, em 1144, que os mouros de Santarém
e Lisboa lhe juram paz, fazendo-se seus vassalos, pagando-lhe, ainda, tributos.
E, assim, D. Afonso Henriques consegue superioridade perante aqueles dois
poderosos castelos de Santarém e Lisboa.
Castelo
de Santarém
Lisboa-
Castelo de S. Jorge
«Ver meu blogue o que fez o Rei depois, ao quebrar
os acordos feitos nos textos sobre as conquistas de Santarém e Lisboa».
Já, aos trinta e sete anos, aproveitando a
paz, casa em 1146, com D. Mafalda, filha de Amadeu III, conde de Mariana e
Sabóia, embora haja quem diga que se
chamava Mahaut ou mesmo Matilde. Do
aspeto físico desta, não ficou guardada qualquer imagem. Sabe-se que morreu em 04-11-1157.
Assim, como nada se sabe da sua infância,
nada se sabe deste período, a não ser que foram os Monges de Cister que
negociaram esse casamento do qual nasceram sete filhos: D. Sancho, Dª. Mafalda,
Dª. Urraca, Dª. Teresa*, D. Henrique, D. João e D, Sancho, havendo, ainda, mais
quatro filhos bastardos: D. Fernando, D. Afonso, Dª. Teresa Afonso e Dª. Urraca
Afonso.
* Corria o ano de 1184, ano em viveu inteiro o Fundador de Portugal. Estava-se na Primavera
e o velho Fundador concordava em que o suave romance que o Conde da Flandres Filipe I vinha escrevendo com Dª. Teresa se
acabasse...
Dª. Teresa era filha de D. Afonso Henriques e era
tal a sua formosura que era considerada a mais bela princesa da cristandade e …
Quando
tudo é belo e doce, quando as aves cantam nas árvores e as flores abrem para a
vida as suas corolas multi-cores, viu D. Afonso Henriques chegar ao Porto, a
embaixada que lhe levou, para sempre, a última nota de amor e graça, - a sua
tão querida filha.
Nota: Pesquisa e transcrição da Síntese dos Resumos das Aulas de História feitos, pela Aluna do 5º Ano, Emília Martins Nunes, da
Secção de Queluz, do Liceu Nacional de Passos Manuel 1971-1972 – feita por mim,
em Fevereiro de 2009.
Espero
que gostem e comentem o interesse destas matérias que sempre me deliciaram e que,
portanto, ficariam perdidas nas gavetas e nas sebentas para sempre.
Publicado por:
Imagens do Álbum do Autor e do Google
abibliotecaviva.blogspot.pt
30-03-2014
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