domingo, 30 de março de 2014

CONSTITUIÇÃO DO REINO DE PORTUGAL

CONSTITUIÇÃO DO REINO DE PORTUGAL


«N.1109- M.1185»

     Quando, em 1143, se deu a conferência de Zamora, assistida pelo Cardeal Guido de Vico, o Condado Portucalense separou-se, para sempre, do Reino de Leão.


 Catedral de Zamora

   Desta conferência D. Afonso VII concede a D. Afonso Henriques o título de Rei. No entanto ele supunha que ia apenas criar mais um vassalo coroado. Neste tempo o Condado ficava entre o Tejo e o Guadiana, era assim que a Crónica Geral de Espanha definia Portugal nesses tempos antigos.

   Portugal era pois a continuação da Galiza que era então povoada pelos Bárbaros e pelos Goios.  Estes povos já romanizados colaboraram na formação de Portugal, pois expandiram-se para o Sul. Assim se tornou a formar a Lusitânia, destruída pelos sarracenos, onde fica hoje a Estremadura.

   Estes dois povos, pouco tempo depois, desapareciam, por isso, nada se sabe dos verdadeiros fundadores de Portugal. Como nada se sabe, julga-se que se formou devido à grande revolução política e social que se deu em toda a Europa acabando com o feudalismo e criando novos reinos. Conforme se vê, o feudalismo dá o seu lugar à monarquia vivendo sempre por cima, e ficando sempre com a ideia da formação de novos estados com os seus costumes, tradições, a sua língua e os seus magistrados próprios.

   Devido a esta revolução, os operários, os trabalhadores do campo e os dos centros urbanos largam os seus lugares enfraquecendo, assim, os senhores feudais. Aproveitando-se desta situação, D. Afonso Henriques diz-se senhor da região à sua volta. Os grandes impulsionadores desta grande revolta foram os Monges de Cister instalados na região de Alcobaça.

   Esta revolução dá-se na Península Ibérica e em toda a Europa: A Alemanha, divide-se em diversos estados, Luis VI passa a governar em toda a França o que ajudou muito D. Afonso Henriques a apoderar-se das terras.
II
    Após o tratado de Zamora, D. Afonso Henriques fica definitivamente rei de Portugal tendo, nesta altura, acabado as lutas entre os dois primos.

    D. Afonso Henriques volta com novas forças contra os mouros com o objetivo de alargar os seus territórios. Portugal ia até Coimbra e o seu grande sonho era alargá-lo até às margens do Tejo. Se, até à margem norte não havia problemas, ao passar para a margem sul, encontraria como muralhas de aço os grandes castelos de Santarém e Lisboa.

    Com isso, D. Afonso Henriques compreende que não os pode conquistar com o reduzido exército que dispõe e espera ser ajudado por qualquer força que lhe surja.

    Entretanto apareceu na Andaluzia Ibne Casi que começou a pregar contra os Almorávidas, visto que estes não se interessavam pelas novas reformas, entretanto, verificadas no islamismo.
Uma das coisas que Ibne Casi focava era a convivência que existia entre os reis cristãos e os reis árabes.

O grande erro dos Almorávidas consistiu nas boas relações que tinham com os reis peninsulares e, fazendo-se seus vassalos pagando-lhes um tributo, colocaram deste modo, sem mais nem menos, o mundo árabe na dependência dos cristãos.

    D. Afonso Henriques, com a sua grande habilidade, aproveita esta ocasião e começa a conquistar terras. Enquanto Ibne Casi incendeia toda a Andaluzia, D. Afonso Henriques reconstrói o Castelo de Leiria e concede a carta de foral a Santa Cruz de Coimbra.

    É, em 1144, que os mouros de Santarém e Lisboa lhe juram paz, fazendo-se seus vassalos, pagando-lhe, ainda, tributos. E, assim, D. Afonso Henriques consegue superioridade perante aqueles dois poderosos castelos de Santarém e Lisboa.

Castelo de Santarém

Lisboa- Castelo de S. Jorge

«Ver meu blogue o que fez o Rei depois, ao quebrar os acordos feitos nos textos sobre as conquistas de Santarém e Lisboa».

   Já, aos trinta e sete anos, aproveitando a paz, casa em 1146, com D. Mafalda, filha de Amadeu III, conde de Mariana e Sabóia, embora haja quem diga que se chamava Mahaut ou mesmo Matilde. Do aspeto físico desta, não ficou guardada qualquer imagem. Sabe-se que morreu em 04-11-1157.

   Assim, como nada se sabe da sua infância, nada se sabe deste período, a não ser que foram os Monges de Cister que negociaram esse casamento do qual nasceram sete filhos: D. Sancho, Dª. Mafalda, Dª. Urraca, Dª. Teresa*, D. Henrique, D. João e D, Sancho, havendo, ainda, mais quatro filhos bastardos: D. Fernando, D. Afonso, Dª. Teresa Afonso e Dª. Urraca Afonso.

  * Corria o ano de 1184, ano em viveu inteiro o Fundador de Portugal. Estava-se na Primavera e o velho Fundador concordava em que o suave romance que o Conde da Flandres Filipe I vinha escrevendo com Dª. Teresa se acabasse...

   Dª. Teresa era filha de D. Afonso Henriques e era tal a sua formosura que era considerada a mais bela princesa da cristandade e …

   Quando tudo é belo e doce, quando as aves cantam nas árvores e as flores abrem para a vida as suas corolas multi-cores, viu D. Afonso Henriques chegar ao Porto, a embaixada que lhe levou, para sempre, a última nota de amor e graça, - a sua tão querida filha.

   Nota: Pesquisa e transcrição da Síntese dos Resumos das Aulas de História feitos, pela Aluna do 5º Ano, Emília Martins Nunes, da Secção de Queluz, do Liceu Nacional de Passos Manuel 1971-1972 – feita por mim, em Fevereiro de 2009.

  Espero que gostem e comentem o interesse destas matérias que sempre me deliciaram e que, portanto, ficariam perdidas nas gavetas e nas sebentas para sempre.

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abibliotecaviva.blogspot.pt

30-03-2014

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