AUTÓPSIA DE UM FUMANTE
«O sucesso, muitas vezes, é a consequência de ter dado um passo errado no
caminho certo.» A.B.
INTRODUÇÃO
Dia de Carnaval, chovia copiosamente na vila, todos os
funcionários tiveram tolerância de ponto, não-feriados só na Lei. A biblioteca
da vila, estava fechada, não tinha Net portanto, pelo que me dirigi a um bar próximo.
Eram cerca de 10 horas da manhã e a
porta do bar encontrava-se fechada, mas com um letreiro onde, se podia ler: «ABERTO». Empurrei a porta, pedi uma
garrafa de água das pedras com gaz e sentei-me numa mesa junto à montra. Ao
longo da parede, existem, por traz de cada mesa, tomadas de corrente que
permitem a conexão do PC à Internet. Como não fumante, uma vez lá dentro, estranhei o ar que ali se respirava. A empregada, muito simpática, de
imediato, ao ver-me com a mala do PC na mão, pergunta-me se queria utilizar a
Internet, e eu digo cá para comigo «parece que é bruxa» (Risos), ao responder
afirmativamente, traz-me, então, a «palavra-passe»
num bilhetinho, explicando-me, detalhadamente, como deveria digitalizar os
diferentes carateres logo que me fossem solicitados pelo fornecedor da rede.
À hora acima citada, o
bar encontrava-se ainda vazio. De repente, aparece uma jovem que se senta numa mesa
próxima, pede um café, puxa do maço de cigarros e começa a fumar um cigarro. O
fumo expirado pela fumante, já com saber de experiência feito, dançava no ar em
novelinhos que pareciam de neve branca que, naquele dia, não caía lá
fora. A cena repete-se, pouco
depois, com a entrada de uma senhora de meia-idade para adquirir um maço de
tabaco, depois, fuma o seu cigarro e, sem se sentar, bebe o seu café ao balcão,
deixando, também, o seu fumo a «dançar» no ar, o qual foi fazer par com o que
já lá existia, antes de sair.
Com a rede a funcionar perfeitamente, lá vi e fiz os meus Emails, passei pelo FB e pelos Blogues que acompanho até, que por volta do meio-dia, saio para ir
ter com a minha esposa que já me esperava cá fora dentro da nossa viatura.
Ao chegar, a minha esposa, por também não estar habituada ao
fumo do tabaco, diz-me com um ar muito admirada «Tu cheiras bastante a
tabaco!» e era verdade porque, depois de chegar a casa, pude confirmá-lo
logo que procedi à mudança de roupa que trazia vestida.
Depois fui à minha memória viva e lembrei-me de, que quando a
minha filha era estudante de medicina, década de setenta, curso que concluiu,
de um dia me mostrado uma imagem do coração, de um fumante, dissecado, após uma
aula de anatomia, que me impressionou bastante pela negativa. Pouco depois,
como leitor assíduo que era das Seleções do Reader´s Digest - Mês de Julho de 1976
- páginas nº 9 a 12- do Autor
Sydney S. Field, li o
texto do livro
que guardei que, ainda pela sua
atualidade, para reflexão, ensinamentos e meditação, a seguir se reproduz:
«TODOS OS FUMANTES DEVERIAM ASSISTIR A UMA AUTÓPSI COMO ESTA»
« Ned Laroche, «o nome
e outro tipo de detalhes foram alterados» , gerente de operações de uma leasing de computadores acabava de chegar a Nova Orleans para uma
convenção quando a coisa se deu, enquanto esperava um táxi no aeroporto, foi
acometido de um ataque de tosse, e testemunhas, horrorizadas, viram-no cair de bruços.
Já
estava morto ao chegar ao hospital.
No espaço de uma hora, esse executivo, de 39 anos e brilhante futuro, tinha
virado cadáver com uma etiqueta de identificação presa ao dedo grande do pé,
uma sala de autópsias. A 1900
quilómetros, um telefone tocou levando a triste notícia a uma esposa e três filhos pequenos.
Essa morte súbita constituiu um grotesco escárnio da natureza
humana, mas Ned Laroche deixa uma mensagem
(talvez
a mais válida herança da sua existência tragicamente interrompida) que
se revelou durante a autópsia realizada pelo Dr George Leonard, patologista-chefe da Fundação Ochsner, de Nova Orleans .
Se você acredita, como a maioria dos fumantes inveterados,
que os perigos do fumo são de somenos importância e que as estatísticas falam
por si, então entre nesta sala de autópsias. A vista de um tronco humano aberto
ao meio, e uma cratera de vísceras, é outra maneira de encarar uma estatística:
na carne e a sangue frio. Pulmões negros
retalhados numa tábua e um cérebro num jarro de formalina são chocantes imagens
post-mortem de uma aterradora indiferença em relação a este problema de saúde
incrivelmente sério.
O Dr. Leonard
explica pormenorizadamente o desenrolar da autópsia a três estudantes de medicina
e a um interno do hospital. Faz notar que, em relação a qualquer morte por
causas indeterminadas, a lei exige a
autópsia. Consultado por telefone, o médico do morto não se referiu a
nenhum facto clínico significativo no histórico clínico de Laroche, a não ser uma tosse
brônquica crónica. O homem, no entanto, era um fumante inveterado: dois
maços de cigarros por dia, havia dez anos ou mais.
Um estudante pergunta: «O fumo poderia ter provocado a morte deste
homem?»
«É admissível»,
respondeu o Dr. Leonard. «Há três circunstâncias em que o fumo pode
ser causador da morte súbita. Em primeiro lugar, temos que reconhecer que a
nicotina é uma droga muito perigosa. Provoca uma descarga muito violenta de adrenalina,
o hormônio estimulado por excitação repentina ou medo. As batidas do coração se
aceleram a pressão sanguínea se eleva à medida que certas artérias se contraem para
levarem mais sangue aos órgãos e músculos solicitados a esforço extraordinário.
«Tem sido demonstrado que o impacto dessa reação provocada
pela nicotina pode levar o coração enfraquecido a uma convulsão de contrações
musculares incontroláveis conhecida por fibrilação ventricular. Outra possibilidade
mais provável seria a de espasmo agudo das artérias coronárias e subsequente
paragem cardíaca.»
O Dr. Leonard pega
no coração para inspecioná-lo e diz: «Se
houvesse aqui evidência de descoloração mórbida e de decomposição, isso seria
prova segura de necrose do tecido muscular cardíaco por grave insuficiência de oxigénio,
causada pelo bloqueio de uma artéria coronária, ou enfarte do miocárdio. O
coração deste homem apresenta vestígios de lesões anteriores. Há uma cicatriz
de um coágulo indicando que ele já tinha tido um ligeiro ataque cardíaco se
consequência fatais.»
Coloca o coração na balança de autópsia. «Além disso apresenta-se ligeiramente
dilatado, e as fibras musculares estão flácidas. O coração estaria
provavelmente enfraquecido. Diante disso, temos de considerar a possibilidade de
ter ocorrido súbita falha cardíaca – seria talvez um coração cansado que
simplesmente parou ou um coração fraco que foi levado a uma arritmia convulsiva
fatal.»
A segunda série de circunstâncias e que o vício do
fumo pode causar morte súbita se relaciona com
os vasos sanguíneos, especificamente as artérias do coração e as que irrigam o cérebro.
O Dr. Leonard seciona uma artéria
coronária e, com a ponta do bisturi, raspa o depósito viscoso, da parede
arterial. «Aqui temos indícios de aterosclerose».
Explica que, na aterosclerose, as paredes arteriais se revestem de depósitos de gordura, causando
uma redução do fluxo sanguíneo e diminuindo, assim, o suprimento de oxigénio aos tecidos. Se uma das artérias coronárias principais fica completamente bloqueada,
a morte é, em geral abrupta. Tal bloqueio pode ser causado por um trombo ou um
êmbolo.
«O trombo é um coágulo
que se desenvolve no lugar onde se originou»,
explica o Dr. Leonard. «Tem tendência a tomar a forma do vaso. Um êmbolo pode ser um fragmento que se produziu
em outro lugar, e se tenha desprendido e integrado na corrente sanguínea. Se
esse obstáculo mortal, entra numa artéria principal do cérebro, pode provocar
um derrame. Se bloqueia a artéria inteiramente, privando o cérebro de oxigénio,
a morte pode advir em minutos.»
Segundo o Dr. Leonard,
há provas evidentes de que a nicotina da fumaça do cigarro obriga o organismo a
uma descarga de adrenalina que, por sua vez, aumenta a adesão das plaquetas sanguíneas,
acelerando a coagulação do sangue ne o processo de formação de trombos.
Enquanto isso, o ataque contínuo da nicotina obriga o coração de um fumante
inveterado a 20 batidas a mais por
minuto o que pode representar dez
milhões de batidas extras por ano (adicionando mais um ano de vida «ativa» cada
três anos e meio), sobrecarregando o
coração e, castigando os vasos sanguíneos, já meio obstruídos.
O perigo de morte súbita provocada por trombose ou embolia no coração ou no cérebro é cada vez mais grave.
O perigo de morte súbita provocada por trombose ou embolia no coração ou no cérebro é cada vez mais grave.
«Um fumante
inveterado adiciona mais um ano de vida ativa, em cada três anos e meio, ao seu
coração.»
Em estudos feitos em homens que morreram antes dos 45 anos, a obliteração
das artérias coronárias verifica-se comumente e, em fumantes de um maço de cigarros ou mais por dia, é de 10 a 15vezes mais
do que em não-fumantes.
A terceira forma pela qual
a fumaça do cigarro pode ser causa de morte súbita relaciona-se com uma
condição vascular chamada aneurisma. Trata-se de um adelgaçamento, dilatação e deformação de trechos
enfraquecidos pela parede arterial, que podem rebentar sobre pressão como uma câmara-de-ar.
«Existem dois pontos primordiais
de hemorragia aneurismal de consequências fatais», diz o Dr. Leonard. «Um é a aorta, a principal artéria; do coração; outro é uma região do cérebro ainda mal conhecida, que chamamos de
círculo de Willis, um pequeno conjunto de artérias na base do cérebro, do qual irradiam
os vasos sanguíneos cerebrais.»
O Dr. Leonard
coloca o cérebro numa mesa de drenagem e aponta com o bisturi. «Este círculo
de Willis, de 50 milímetros, é uma espécie de centro de receção de sangue para
todo o cérebro. É difícil diagnosticar um aneurisma aqui, e uma hemorragia
quase sempre significa a morte certa. Elevada pressão sanguínea é o perigo mais
grave, mas qualquer esforço do coração e até um ataque violento de tosse podem causar
uma rutura fatal. No entanto, ela raramente é identificada como sendo causa da morte,
porque geralmente, nunca se faz uma autópsia completa do cérebro.»
Agora, o Dr. Leonard
disseca a artéria carótida esquerda na sua junção com a base do cérebro e aí conclui
sua desoladora pesquisa de causa e efeito da morte de Ned Laroche. Diz aos
estudantes que se aproximem e estes vêem um coágulo bloqueando a artéria.
«Este homem morreu de
um ataque violento» diz o Dr. Leonard.»O suplemento de sangue ao cérebro foi
completamente cortado. Este coágulo tem nítidas caraterísticas de um êmbolo
muito recente, duro, granular e destacado da parte arterial. Provavelmente, separou-se
daquele que antes encontrámos no coração.»
Uma pergunta continua sem resposta. A rutura considerável de alvéolos, provocada por enfisema observada nos pulmões que estavam na mesa cirúrgica
do Dr. Leonard, demonstra os danos que a fumaça inalada havia causado.
Poderia então, o fumar ser a causa real da
morte?--Queria saber um estudante.
O Dr. Leonard
retira a seção oclusa da artéria
cerebral, coloca-a num recipiente coberto e responde: «Como em qualquer morte em que se sobrepõem fatores complexos (homicídio,
acidente, determinadas infeções), a identificação da causa mortis acaba por ser
discricionária, baseada na avaliação de provas. Neste caso, sim, o cigarro pode ser considerado um significativo fator
contribuinte. A aterosclerose
generalizada, a rutura de alvéolos e os capilares destruídos nos pulmões, aliados
aos conhecidos efeitos da nicotina no coração, nas artérias e no mecanismo de coagulação
do sangue, são provas bastante convincentes.»
O Dr. Leonard
descalça as luvas cirúrgicas ensanguentadas e as atira na lata de lixo com a
determinação de um homem que chego ao fim de uma árdua jornada. Na mesa,
em pedaços, jaz o patético remanescente de uma vida humana prematuramente
interrompida.
Os estudantes se retiram desolados e apreensivos. À porta um
deles se voltou para trás e disse:
«Todos os fumantes deviam assistir a uma autópsia
como esta.»
Conclusões
Finalmente sei que muito se tem feito neste campo a nível
nacional e mundial, havendo países, por exemplo, como a Austrália, onde o fumar
em espaços públicos e estabelecimentos é totalmente proibido. A proibição vai
ao ponto dos fumantes terem de respeitar um perímetro existente, junto às
portas de cada estabelecimento ou edifício que terão de respeitar pois, para os
não cumpridores, as multas são bem pesadas.
Por cá! Continua -se a ver cada vez mais senhoras e jovens a fumar! Até Quando ?
Que este documento sirva para alertar as consequências
advenientes de tal prática pelo mal, ainda maior, que estão, também, a fazer
aos outros não-fumantes que têm de inspirar esse mesmo fumo, sem qualquer
filtro que, como sabem, os filtros só existem nos cigarros do fumante.
Caros Leitores: Espero que gostem do texto, o cometem e o partilhem.
Publicado por:
Imagens do
Álbum do Autor e do Gogle
abibliotecaviva.blogspot.pt
06-03-2014
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