sábado, 2 de abril de 2011

DESCENDÊNCIA DOS MONARCAS DE PORTUGAL

DESCENDÊNCIA DOS MONARCAS DE PORTUGAL 


D. Afonso Henriques 
(25.07-1109-0612-1185)


INTRODUÇÂO 

   Quando em tempos idos,  eu procurava no Google elementos para um trabalho que desenvolvi em relação â vida e obra de D. Afonso  Henriques, ainda não publicado,   verifiquei que, na sua descendência, de um só casamento,  existiam sete filhos legítimos e quatro bastardos, pelo que me propus fazer um estudo em relação a esta matéria. Para ver ao longo  da nossa história, qual o comportamento dos restantes monarcas de Portugal.  
   Claro que era necessária mais população à medida que o território ia aumentando com as sucessivas conquistas que  se iam efectuando  nas  lutas travadas contra os mouros que só foram expulsos de Portugal por D. Afonso III, em 1249 e da Península, em 02 - 01 - 1492,   após a conquista de Granada pelos Reis Católicos de Espanha.

    
Os elementos constantes nos esquemas seguintes, irão ser o suporte  das conclusões que, no fim desta narrativa apresentarei.

 1ª. DINASTIA – BORGONHA

NOME - COGNOME - MATRIMÓNIOS
REINADO
FILHOS
T

D. AFONSO I
CONQUISTADOR
1

1139
1185
46

07
04
11

D. SANCHO I
POVOADOR
1

1185
1211
26

02
07
09

D. AFONSO II
 O GORDO
1

1211
1223
12

05
02
07

D SANCHO II
CAPELO
0

1223
1248
25

00
00
00

D. AFONSO III
BOLONHÊS
2

1248
1279
31

10
10
20

D . DINIS
LAVRADOR
1

1279
1325
46

02
07
09

D. AFONSO IV
O BRAVO
1

1325
1357
32

07
01
08

D. PEDRO I
JUSTICEIRO
3

1357
1367
10

07
01
08

D. FERNANDO
O FORMOSO
1

1367
1383
16

03
01
04
2ª. DINASTIA - AVIS

NOME - COGNOME - MATRIMÓNIOS
REINADO
FILHOS
T

D. JOÃÕ I
B.MEMÓRIA
1

1385
1433
48

09
02
11

D. DUARTE
ELOQUENTE
1

1433
1438
05

09
01
10

D. AFONSO V
AFRICANO
2

1438
1481
43

03
00
03

D . JOÃO II
PR.PERFEITO
1

1481
1495
14

01
03
04

D. MANUEL I
VENTUROSO
3

1495
1521
26

13
00
13

D. JOÃO III
PIEDOSO
1

1521
1557
36

09
01
10

D. SEBASTIÃO
DESEJADO
0

1557
1578
21

00
00
00

D. HENRIQUE
O CASTO
0

1578
1580
02

00
00
00

D. ANTÓNIO I 
LUTADOR
0

1580
1581
01

10
01
11
3ª. DINASTIA - FILIPINA

NOME  -  COGNOME - MATRIMÓNIOS
REINADO
FILHOS
T

D. FILIPE I
PRUDENTE
4

1580
1598
18

12
02
14

D. FILIPE II
PIEDOSO
1

1598
1621
23

08
00
08

D. FILIPE !!!
REI PLANETA
2

1621
1640
19

05
11
16
4ª. DINASTIA - CASA DE BRAGANÇA

NOME -  COGNOME - MATRIMÓNIOS
REINADO
FILHOS
T

D. JOÃO IV
RESTAURADOR
1

1640
1656
16

07
01
08

D.AFONSO VI
O VITORIOSO
1

1656
1675
19

00
00
00

D. PEDRO II
O PACÍFICO
2

1675
1706
31

08
03
11

D. JOÃO V
 MAGNÂNIMO
1

1706
1750
44

06
05
11

D. JOSÉ I
REFORMISTA
1

1750
1777
27

04
00
04

D. MARIA I
PIEDOSA
1

1777
1816
39

07
00
07

D. D.JOÂO VI
CLEMENTE
1

1816
1826
10

09
00
09

D. PEDRO IV
REI SOLDADO
2

1826
1828
02

08
10
18

D. MIGUEL
ABSOLUTISTA
1

1828
1834
06

07
01
08
4ª. CASA DE BRAGANÇA -  SAXE – COBURGO E GOTA

NOME - COGNOME - MATRIMÓNIOS
REINADO
FILHOS
T

D. MARIA II
EDUCADORA
2

1834
1853
27

11
00
11

D . PEDRO V
ESPERANÇOSO
0

1853
1861
08

00
00
00

D . LUIS I
O POPULAR
1

1861
1889
28

02
00
02

D. CARLOS I
DIPLOMATA
1

1889
1908
19

03
00
03

D. MANUEL II
O PATRIOTA
1

1908
1910
02

00
00
00


CONCLUSÕES 
    1ª Dinastia, além das durações dos reinados de D. Afonso I e de D. Dinis, quarenta e seis anos cada, aparece o facto de D.Sancho II que, ao não ter deixado descendentes, permitiu ao irmão, D.Afonso III, a subida ao trono durante trinta e um anos; Este deixou no reino, a maior taxa de natalidade conhecida na nossa história, dez filhos legítimos e dez filhos bastardos.
    Os filhos bastardos também vieram, em alguns casos, criar problemas quanto à sucessão ao trono, veja-se o que aconteceu a Dinis, em relação ao filho legítimo, D. Afonso, que teve da sua esposa, Rainha Santa Isabel, e o seu outro filho bastardo, mas legitimado, D. Afonso Sanches; D. Dinis, ao ter apenas dois filhos legítimos, diz-se que era a própria rainha a motivá-lo para, ide vê-las, ide vê- las, meu bom amo e senhor, que o bom do rei ao aceitar o recado não se coibia de visitar o mosteiro, sito numa povoação hoje cidade, que por tal motivo, ide velas, ide vê-las, dizem, que se passou a chamar Odivelas.
   A população era no reinado de D. Afonso I, de quinhentos mil habitantes e, depressa atingiu os novecentos mil no reinado de D. Dinis, cento e quarenta anos depois, 1139-1279. O filho de D. Afonso I, Sancho I, também contribuiu para aumentar a natalidade, sete filhos bastardos, pelo que também seguiu o exemplo do seu pai.
  A 2ªDinastia, ficou para a história como o reinado mais longo de D. João I, Mestre de Avis que durou quarenta e oito anos e de a população ter atingido, no seu reinado, um milhão de habitantes; Em relação aos filhos bastardos, nada de especial há a assinalar, visto tratar-se de uma prática seguida por quase todos os monarcas do reino.
    D. João II teve apenas um filho, D.Afonso, que morreu numa queda de cavalo em Santarém, o qual esteve casado oito meses com a herdeira do trono de Espanha, filha dos Reis católicos, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela que unificaram os seus dois reinos; Este casamento não era bem visto pelo facto destes monarcas não gostarem de ver o novo reino de Espanha, no futuro, a ser governado por um príncipe português, pois receavam a perda da sua independência, pelo que alguns historiadores, por este motivo, duvidaram da verdadeira causa da queda e morte do Infante D. Afonso: Como depois da morte do príncipe a viúva se casa com D. Manuel I, esta teoria, em princípio, perdeu alguma da fundamentação. No fim do século XV a população portuguesa atingiu um milhão e quinhentos mil habitantes.
   O mesmo não se passa em relação aos filhos legítimos, no caso de Manuel I, Duque de Beja, cunhado e primo de D.João II, que, do primeiro matrimónio, com a viúva do Infante D. Afonso teve, apenas, um filho, Miguel da Paz que morreu em 1500 com dois anos de idade e, depois, quando se casou com a cunhada, D. Maria de Aragão, teve dez filhos desta; A partir de D. João III, começa o problema da descendência, em especial a partir do Rei D.Sebastião mas, para mim, apareceu-me um caso novo que me surpreendeu, duas vezes pela positiva, pois alguns historiadores consideram o D. António Prior do Crato, como tendo sido efectivamente, também rei de Portugal, pois foi aclamado rei, em Santarém e, depois, nos Açores, em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira.
  O outro caso deve-se ao facto de durante décadas eu ter pensado que o D.António, Prior do Crato, sendo neto de D. Manuel I, era eclesiástico e, como tal, não deveria ter filhos legítimos para poderem ser futuros sucessores ao trono, mas enganei-me, porque o seu pai, o Infante D.Luis, é que era o Mestre da Ordem do Crato e daí o meu desconhecimento deste facto histórico.
   Quanto à sua descendência, D, António, alcunhado de Prior do Crato, teve, sem ter contraído nenhum matrimónio, dez filhos de Ana Barbosa e reza a história de quando andou pela Holanda, Bélgica e Suíça, também ter deixado, por lá, vários filhos ilegítimos, pelo que poderemos pensar que foi este o monarca que mais filhos ilegítimos deixou na população portuguesa e na nossa História.
   3ª Dinastia merece realce, por ter vindo a opinar sobre filhos bastardos, que Filipe IV de Espanha e Filipe III de Portugal, conhecido como O Gordo e O Rei Planeta, também tenha gerado onze filhos bastardos.
  Na 4ª Dinastia, com a morte do príncipe herdeiro, D. Teodósio, com apenas 19 anos, 1634 – 1653, o reinado de D. João IV vê-se à partida com problemas na sucessão entre os seus dois outros filhos Pedro e Afonso, acabando este, por ser o mais velho, por vir a ser nomeado rei com o título de D.Afonso VI.
   D, Afonso VI, casa com Dª Maria Francisca Isabel de Sabóia, mas deste casamento não houve descendência, já que o rei levava uma vida que em nada dignificava o reino perante os outros reinos da Europa, havendo, até, alguns historiadores que o davam como atrasado mental; O que valeu ao reino foi este ter, na sua condução, um ministro como o Conde de Castelo Melhor e daí as vitórias obtidas nas batalhas que se travaram para obtenção da consolidação da independência de Portugal, Mesmo assim, ficou conhecido na história com o cognome de O Vitorioso.
   O seu irmão D. Pedro II cedo passou a reger o reino, pelo que, após a anulação do casamento do irmão, vem a casar com a cunhada, Dª Maria Francisca Isabel de Sabóia, de quem teve apenas uma filha; A rainha, que o foi duas vezes, vem a morrer, apenas, com trinta e oito anos de idade, após o parto.
   D, João V, O Magnânimo, O Rei Sol e também conhecido por O Freirático, dada a sua apetência sexual por freiras, tal como o rei D. Dinis, nas quais gerou diversos filhos, tendo ficado célebre a Madre Paula do mosteiro de S.Dinis em Odivelas, com a qual gerou vários filhos, mãe de José de Bragança, um dos meninos de Palhavã, nome do local onde hoje está situada a embaixada de Espanha, onde moravam todos os filhos bastardos do rei do sexo masculino, quase quis imitar D, Afonso I ao gerar, também, com apenas um matrimónio, seis filhos legítimos e cinco bastardos.
  Dos três reis que lhe sucederam, inclusive seu filho D. José I, nenhum, que conste, teve este comportamento sexual.
   No reinado de D. José I a população do reino era, segundo Kenneth Maxwell, no seu livro sobre o Marquês de Pombal, era de três milhões de habitantes e que, destes, dez por cento estavam ligados ao Clero; Explica-nos, também, o que infelizmente aconteceu depois, em virtude das dificuldades que esta classe criava à governação da corte., pelo que as reformas que foram tomadas, então, perpetuaram, na história, o Rei D, José I, como O Reformista.
   Agora, D. Pedro IV, O Rei Soldado, é que não esteve com meias medidas ao imitar D. Afonso III, com dois matrimónios e, também, com dez filhos bastardos, pelo que, neste aspecto, teve um comportamento diferente de todos os outros monarcas da sua dinastia.
   Finalmente, aparece D. Maria II, A Educadora, que ao casar duas vezes gerou onze filhos, a contrastar com D. Pedro V, O esperançoso e D. Manuel II, O Patriota, que não deixaram descendentes para a História.
   Assim, a nossa história ao ter trinta e cinco monarcas, por dinastias, distribuiu-os, conforme está, no resumo inserto, no esquema seguinte;

BORGONHA
AVIS
FILIPINA
BRAGANÇA
B.S.C.E GOTA

09

09

03

09

05

    Os números constantes nesta narrativa permitirão obter outros elementos de estudo, pelo que eu deixo aqui para reflexão, o seguinte:


   Qual o motivo ou motivos porque quando saí da escola nos anos cinquenta éramos dez milhões de habitantes e, actualmente, passadas seis décadas, esse número ainda não aumentou?

Cumprimentos da Biblioteca Viva


Março de 2011.


PS: Os elementos, descritos anteriormente, referentes à população portuguesa, compilei-os de apontamentos tirados pela minha filha, dados no Liceu nos anos setenta.
   Quanto aos restantes elementos, incluindo as imagens constantes nesta narrativa, foram pesquisados no Google e na Wikipédia Livre.



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