DESCENDÊNCIA DOS MONARCAS DE PORTUGAL
D. Afonso Henriques
(25.07-1109-0612-1185)
INTRODUÇÂO
Quando em tempos idos, eu procurava no Google elementos para um trabalho que desenvolvi em relação â vida e obra de D. Afonso Henriques, ainda não publicado, verifiquei que, na sua descendência, de um só casamento, existiam sete filhos legítimos e quatro bastardos, pelo que me propus fazer um estudo em relação a esta matéria. Para ver ao longo da nossa história, qual o comportamento dos restantes monarcas de Portugal.
Claro que era necessária mais população à medida que o território ia aumentando com as sucessivas conquistas que se iam efectuando nas lutas travadas contra os mouros que só foram expulsos de Portugal por D. Afonso III, em 1249 e da Península, em 02 - 01 - 1492, após a conquista de Granada pelos Reis Católicos de Espanha.
Os elementos constantes nos esquemas seguintes, irão ser o suporte das conclusões que, no fim desta narrativa apresentarei.
1ª. DINASTIA – BORGONHA
NOME - COGNOME - MATRIMÓNIOS
|
REINADO
|
FILHOS
|
T
|
D. AFONSO I
|
CONQUISTADOR
|
1
|
|
|
|
11
|
|
|
|
09
|
|
|
|
07
|
|
|
|
00
|
|
|
|
20
|
|
|
|
09
|
|
|
|
08
|
|
|
|
08
|
|
|
|
04
|
2ª. DINASTIA - AVIS
NOME - COGNOME - MATRIMÓNIOS
|
REINADO
|
FILHOS
|
T
|
|
|
|
11
|
|
|
|
10
|
|
|
|
03
|
D . JOÃO II
|
PR.PERFEITO
|
1
|
|
|
|
04
|
|
|
|
13
|
|
|
|
10
|
|
|
|
00
|
|
|
|
00
|
|
|
|
11
|
3ª. DINASTIA - FILIPINA
NOME - COGNOME - MATRIMÓNIOS
|
REINADO
|
FILHOS
|
T
|
|
|
|
14
|
|
|
|
08
|
D. FILIPE !!!
|
REI PLANETA
|
2
|
|
|
|
16
|
4ª. DINASTIA - CASA DE BRAGANÇA
NOME - COGNOME - MATRIMÓNIOS
|
REINADO
|
FILHOS
|
T
|
|
|
|
08
|
D.AFONSO VI
|
O VITORIOSO
|
1
|
|
|
|
00
|
|
|
|
11
|
|
|
|
11
|
|
|
|
04
|
|
|
|
07
|
|
|
|
09
|
D. PEDRO IV
|
REI SOLDADO
|
2
|
|
|
|
18
|
|
|
|
08
|
4ª. CASA DE BRAGANÇA - SAXE – COBURGO E GOTA
NOME - COGNOME - MATRIMÓNIOS
|
REINADO
|
FILHOS
|
T
|
|
|
|
11
|
D . PEDRO V
|
ESPERANÇOSO
|
0
|
|
|
|
00
|
|
|
|
02
|
|
|
|
03
|
D. MANUEL II
|
O PATRIOTA
|
1
|
|
|
|
00
|
CONCLUSÕES
1ª Dinastia, além das durações dos reinados de D. Afonso I e de D. Dinis, quarenta e seis anos cada, aparece o facto de D.Sancho II que, ao não ter deixado descendentes, permitiu ao irmão, D.Afonso III, a subida ao trono durante trinta e um anos; Este deixou no reino, a maior taxa de natalidade conhecida na nossa história, dez filhos legítimos e dez filhos bastardos.
Os filhos bastardos também vieram, em alguns casos, criar problemas quanto à sucessão ao trono, veja-se o que aconteceu a Dinis, em relação ao filho legítimo, D. Afonso, que teve da sua esposa, Rainha Santa Isabel, e o seu outro filho bastardo, mas legitimado, D. Afonso Sanches; D. Dinis, ao ter apenas dois filhos legítimos, diz-se que era a própria rainha a motivá-lo para, ide vê-las, ide vê- las, meu bom amo e senhor, que o bom do rei ao aceitar o recado não se coibia de visitar o mosteiro, sito numa povoação hoje cidade, que por tal motivo, ide velas, ide vê-las, dizem, que se passou a chamar Odivelas.
A população era no reinado de D. Afonso I, de quinhentos mil habitantes e, depressa atingiu os novecentos mil no reinado de D. Dinis, cento e quarenta anos depois, 1139-1279. O filho de D. Afonso I, Sancho I, também contribuiu para aumentar a natalidade, sete filhos bastardos, pelo que também seguiu o exemplo do seu pai.
A 2ªDinastia, ficou para a história como o reinado mais longo de D. João I, Mestre de Avis que durou quarenta e oito anos e de a população ter atingido, no seu reinado, um milhão de habitantes; Em relação aos filhos bastardos, nada de especial há a assinalar, visto tratar-se de uma prática seguida por quase todos os monarcas do reino.
D. João II teve apenas um filho, D.Afonso, que morreu numa queda de cavalo em Santarém, o qual esteve casado oito meses com a herdeira do trono de Espanha, filha dos Reis católicos, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela que unificaram os seus dois reinos; Este casamento não era bem visto pelo facto destes monarcas não gostarem de ver o novo reino de Espanha, no futuro, a ser governado por um príncipe português, pois receavam a perda da sua independência, pelo que alguns historiadores, por este motivo, duvidaram da verdadeira causa da queda e morte do Infante D. Afonso: Como depois da morte do príncipe a viúva se casa com D. Manuel I, esta teoria, em princípio, perdeu alguma da fundamentação. No fim do século XV a população portuguesa atingiu um milhão e quinhentos mil habitantes.
O mesmo não se passa em relação aos filhos legítimos, no caso de Manuel I, Duque de Beja, cunhado e primo de D.João II, que, do primeiro matrimónio, com a viúva do Infante D. Afonso teve, apenas, um filho, Miguel da Paz que morreu em 1500 com dois anos de idade e, depois, quando se casou com a cunhada, D. Maria de Aragão, teve dez filhos desta; A partir de D. João III, começa o problema da descendência, em especial a partir do Rei D.Sebastião mas, para mim, apareceu-me um caso novo que me surpreendeu, duas vezes pela positiva, pois alguns historiadores consideram o D. António Prior do Crato, como tendo sido efectivamente, também rei de Portugal, pois foi aclamado rei, em Santarém e, depois, nos Açores, em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira.
O outro caso deve-se ao facto de durante décadas eu ter pensado que o D.António, Prior do Crato, sendo neto de D. Manuel I, era eclesiástico e, como tal, não deveria ter filhos legítimos para poderem ser futuros sucessores ao trono, mas enganei-me, porque o seu pai, o Infante D.Luis, é que era o Mestre da Ordem do Crato e daí o meu desconhecimento deste facto histórico.
Quanto à sua descendência, D, António, alcunhado de Prior do Crato, teve, sem ter contraído nenhum matrimónio, dez filhos de Ana Barbosa e reza a história de quando andou pela Holanda, Bélgica e Suíça, também ter deixado, por lá, vários filhos ilegítimos, pelo que poderemos pensar que foi este o monarca que mais filhos ilegítimos deixou na população portuguesa e na nossa História.
3ª Dinastia merece realce, por ter vindo a opinar sobre filhos bastardos, que Filipe IV de Espanha e Filipe III de Portugal, conhecido como O Gordo e O Rei Planeta, também tenha gerado onze filhos bastardos.
Na 4ª Dinastia, com a morte do príncipe herdeiro, D. Teodósio, com apenas 19 anos, 1634 – 1653, o reinado de D. João IV vê-se à partida com problemas na sucessão entre os seus dois outros filhos Pedro e Afonso, acabando este, por ser o mais velho, por vir a ser nomeado rei com o título de D.Afonso VI.
D, Afonso VI, casa com Dª Maria Francisca Isabel de Sabóia, mas deste casamento não houve descendência, já que o rei levava uma vida que em nada dignificava o reino perante os outros reinos da Europa, havendo, até, alguns historiadores que o davam como atrasado mental; O que valeu ao reino foi este ter, na sua condução, um ministro como o Conde de Castelo Melhor e daí as vitórias obtidas nas batalhas que se travaram para obtenção da consolidação da independência de Portugal, Mesmo assim, ficou conhecido na história com o cognome de O Vitorioso.
O seu irmão D. Pedro II cedo passou a reger o reino, pelo que, após a anulação do casamento do irmão, vem a casar com a cunhada, Dª Maria Francisca Isabel de Sabóia, de quem teve apenas uma filha; A rainha, que o foi duas vezes, vem a morrer, apenas, com trinta e oito anos de idade, após o parto.
D, João V, O Magnânimo, O Rei Sol e também conhecido por O Freirático, dada a sua apetência sexual por freiras, tal como o rei D. Dinis, nas quais gerou diversos filhos, tendo ficado célebre a Madre Paula do mosteiro de S.Dinis em Odivelas, com a qual gerou vários filhos, mãe de José de Bragança, um dos meninos de Palhavã, nome do local onde hoje está situada a embaixada de Espanha, onde moravam todos os filhos bastardos do rei do sexo masculino, quase quis imitar D, Afonso I ao gerar, também, com apenas um matrimónio, seis filhos legítimos e cinco bastardos.
Dos três reis que lhe sucederam, inclusive seu filho D. José I, nenhum, que conste, teve este comportamento sexual.
No reinado de D. José I a população do reino era, segundo Kenneth Maxwell, no seu livro sobre o Marquês de Pombal, era de três milhões de habitantes e que, destes, dez por cento estavam ligados ao Clero; Explica-nos, também, o que infelizmente aconteceu depois, em virtude das dificuldades que esta classe criava à governação da corte., pelo que as reformas que foram tomadas, então, perpetuaram, na história, o Rei D, José I, como O Reformista.
Agora, D. Pedro IV, O Rei Soldado, é que não esteve com meias medidas ao imitar D. Afonso III, com dois matrimónios e, também, com dez filhos bastardos, pelo que, neste aspecto, teve um comportamento diferente de todos os outros monarcas da sua dinastia.
Finalmente, aparece D. Maria II, A Educadora, que ao casar duas vezes gerou onze filhos, a contrastar com D. Pedro V, O esperançoso e D. Manuel II, O Patriota, que não deixaram descendentes para a História.
Assim, a nossa história ao ter trinta e cinco monarcas, por dinastias, distribuiu-os, conforme está, no resumo inserto, no esquema seguinte;
BORGONHA
|
AVIS
|
FILIPINA
|
BRAGANÇA
|
B.S.C.E GOTA
|
|
|
|
|
|
Os números constantes nesta narrativa permitirão obter outros elementos de estudo, pelo que eu deixo aqui para reflexão, o seguinte:
Qual o motivo ou motivos porque quando saí da escola nos anos cinquenta éramos dez milhões de habitantes e, actualmente, passadas seis décadas, esse número ainda não aumentou?
Cumprimentos da Biblioteca Viva
Março de 2011.
PS: Os elementos, descritos anteriormente, referentes à população portuguesa, compilei-os de apontamentos tirados pela minha filha, dados no Liceu nos anos setenta.
Quanto aos restantes elementos, incluindo as imagens constantes nesta narrativa, foram pesquisados no Google e na Wikipédia Livre.